Como é feito o resgate de cavalos como Caramelo no Rio Grande do Sul

O caso do cavalo Caramelo, que foi localizado em cima de um telhado em meio às enchentes em Canoas, no Rio Grande do Sul, comoveu a internet. Personalidades como Felipe Neto e Whindersson Nunes se mobilizaram para tirá-la daquela situação. Mas ele - retirado na manhã desta quinta-feira, de bote — não é o único em risco.

A advogada Juliana Simon falou com os influenciadores e os colocou em contato com as pessoas certas para ajudar no resgate. "Estou atuando junto a um grupo de salvamento desses animais. Não temos muito recursos, mas estamos fazendo o impossível para conseguir", conta.

Jéssyca Lumertz, que é veterinária especialista em equinos e está na linha de frente dos resgates em cidades como Gravataí e Canoas, é do grupo que Juliana mencionou. Ela é especialista em reabilitação de animais que foram vítimas de maus tratos e usou esses conhecimentos para auxiliar na retirada dos cavalos da água.

"Existem algumas técnicas. Às vezes, os sedamos para deixá-los mais calmos. Fazemos algumas amarras em torno do corpo para ajudá-los a boiar. A cabeça fica no barco e o levamos sem que ele precise fazer esforços", disse em entrevista ao UOL.

Lumertz ainda não fez nenhum resgate por içamento, mas explica que a técnica é a mesma: sedação quando necessário e amarrações para proteger o animal.

Jéssyca Lumertz, que é veterinária especialista em equinos, e está na linha de frente dos resgates em cidades como Gravataí e Canoas
Jéssyca Lumertz, que é veterinária especialista em equinos, e está na linha de frente dos resgates em cidades como Gravataí e Canoas Imagem: Acervo pessoal

Ela também já resgatou bodes e porcos. Esses animais, que são menores, podem ser conduzidos dentro do barco.

"Estamos atuando em todas as frentes possíveis", diz Lumertz, que também é Diretora de Bem-Estar Animal da Secretaria de Meio Ambiente de Gravataí.

No caso de Caramelo, ainda não foi possível identificar os métodos usados no resgate, mas foi possível ver em imagens de TV que os socorristas seguravam uma bolsa semelhante à de medicamentos ou soro, dados na veia do mamífero.

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Segundo Lumertz, não é possível precisar quanto tempo os cavalos conseguem resistir em situações extremas. Mas é fato que eles conseguem ficar mais tempo sem comer do que sem beber água.

E, se eles consomem a água contaminada, o risco de doenças é bem grande. "Eles podem pegar leptospirose e necessitar de tratamento com antibióticos. Há também risco com tétano", explica a veterinária.

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