Com previsão de mais chuva, Guaíba abre segunda-feira a 4,31 metros
Do UOL, em São Paulo
20/05/2024 07h43Atualizada em 20/05/2024 09h33
O Guaíba, em Porto Alegre, atingiu 4,31 metros de altura às 6h de hoje. Há previsão de mais chuva ao longo da semana para o Rio Grande do Sul.
O que aconteceu
Nível da água subiu durante a madrugada. Por volta da meia-noite, o Guaíba estava em 4,24 metros de altura, segundo dados da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura e Serviço Geológico do Brasil.
Há risco de chuva forte a partir de amanhã, diz o Climatempo. Nuvens de chuva se espalham pelo Rio Grande do Sul e, na quarta (22), há previsão de formação de um ciclone extratropical e de uma nova frente fria, que intensificam as chuvas no estado.
Chove em todas as regiões. Na quarta, há previsão de chuva forte para o oeste e sul do estado. Na quinta, a região mais afetada será o norte.
Período de instabilidade continua até sexta (24). No sábado, o sol predomina no Rio Grande do Sul, mas com frio intenso, alertou o MetSul.
Chuva não deve impactar nível dos rios. "A grande maioria dos modelos não indica chuva excessiva para a região da Serra, onde estão vários rios que desembocam no Guaíba e na Lagoa dos Patos, como o Taquari e o Caí, assim que no momento não se prevê grande enchente para estas bacias", informou o MetSul.
Guaíba continua 1,3 m acima da cota de inundação. Nível da água acima de 3 metros pode causar danos aos municípios. Na sexta (17), a Prefeitura de Porto Alegre começou a reabrir comportas para escoar a água do centro da cidade.
Por que o Guaíba demora a baixar
Basicamente, a vazão, o vento e as chuvas são os fatores responsáveis pela estabilização do Guaíba. O relevo é outro fator explica por que o nível do Guaíba não desce rapidamente: região fica em uma área plana, entre rios e morros.
Características da bacia hidrográfica também colaboram. O Guaíba escoa para o mar através da Lagoa dos Patos. No entanto, a vazão a caminho do mar já é naturalmente lenta devido ao desnível ser pequeno. Além disso, o final da lagoa tem uma passagem estreita e, quando a maré está alta, as águas encontram mais dificuldades para desembocar no oceano.
Números da tragédia
O estado tem 157 mortos, 88 desaparecidos, 806 feridos e 463 municípios afetados pelas chuvas. A informação é de boletim da Defesa Civil.
Há 2,3 milhões de pessoas afetadas no estado. Dessas, 581 mil estão desalojadas e 76,1 mil estão alocadas em abrigos.
Mais de um terço dos alunos das escolas estaduais ainda estão sem aulas. Segundo o Governo do Rio Grande do Sul, 222.332 estudantes ainda não retornaram à escola —o equivalente a 30% do número total de alunos da rede. Desses, 189 mil ainda não têm previsão de voltar às aulas.
Há 81 trechos de rodovias bloqueados parcial ou totalmente. Os problemas atingem 47 estradas, pontes e balsas, segundo o Departamento de Estradas e Rodagem.