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Casal alvo de disparos de motorista nega perseguição e que estava armado

Do UOL, em São Paulo

17/06/2024 17h47Atualizada em 17/06/2024 17h47

O casal que teve o carro como alvo de disparos de um motorista durante uma briga de trânsito em Boituva (SP), na sexta-feira (14), negou que perseguiu o outro condutor e que estivesse com uma arma dentro do automóvel deles.

O que aconteceu

Casal publicou um vídeo ao lado da advogada para rebater as acusações, inclusive do defensor do atirador. Gabrielle Gimenez afirmou que não gostaria de ir a público para se explicar, mas o caso tomou grandes proporções, fazendo com que isso fosse necessário para esclarecer "inverdades" que estão sendo veiculadas na mídia.

Mulher diz que a confusão ocorreu após o motorista do outro carro bater, em alta velocidade, na lateral do automóvel deles. Gabrielle explicou que ela e o companheiro, o instrutor de tiro William Isidoro, pediram para o empresário Adriano Domingues da Costa parar no acostamento.

Ele encostou atrás [do nosso carro] e já desceu armado, dando coronhadas no carro. E, na segunda parada [onde o automóvel dele ficou na frente do nosso], eu estou em contato com o 190, informando a localização do ocorrido para mandar uma viatura, aí já aconteceu o que vocês podem ver no vídeo.
Gabrielle Gimenez

William diz que é instrutor de tiro e conhece toda a legislação vigente no país. O homem negou que ele e Gabrielle estivessem armados no momento em que o carro deles foi atingido por Adriano, que está foragido após ter a prisão temporária decretada pela Justiça. O instrutor declarou que a polícia constatou que não havia nenhum armamento no carro quando eles pararam em um posto policial após a ocorrência.

Nós também não estávamos perseguindo, seguindo ele, de forma alguma. Ele veio em alta velocidade, colidiu, a gente pediu para encostar. Logo em seguida, ele encostou e aconteceu o que aconteceu.
Gabrielle Gimenez

Advogado de motorista diz que cliente foi perseguido

Defensor de empresário foragido narra que veículo da frente impediu a ultrapassagem do cliente na Rodovia Castello Branco. Na sequência, Adriano teria deslocado o carro para a direita e insistido na ultrapassagem, mas o casal teria jogado o veículo deles na mesma faixa, não permitindo que o empresário seguisse adiante.

O advogado do empresário, Luiz Carlos Tucho de Souza e Castro, disse ao UOL no domingo (16) que o cliente conseguiu ultrapassar a dupla em uma nova tentativa. Porém, o casal teria provocado uma colisão no carro "rival", que quase levou ao capotamento do automóvel. Ambos os veículos estariam a cerca de 120 quilômetros por hora. Mais adiante na estrada, Adriano desceu para discutir com o casal.

Souza e Castro diz que casal foi "o causador dos problemas na rodovia" e fala que o carro deles era blindado. Ele afirmou que houve o disparo e o porte ilegal de arma de fogo, mas negou a tentativa de homicídio — como o caso foi registrado pela polícia. "Até porque o vidro era blindado e quem é da área sabe que estamos diante de um crime impossível para a finalidade homicida", argumentou.

Ainda não obtive acesso aos autos do processo e Adriano não está em São Paulo, diz advogado. O defensor declarou que buscará entender quem é a autoridade que decretou a ordem de prisão e se ela está adequadamente fundamentada para analisar se irá apresentar Adriano à polícia ou se pedirá uma liminar (decisão provisória) para cassar essa ordem de prisão.

Polícia Civil faz buscas

Agentes tentam achar Adriano após a Justiça decretar a prisão temporária dele. O pedido ao judiciário foi feito pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Itapetininga (SP), que investiga o caso, após análise das imagens.

Policiais estiveram em um hotel no município de Piraju (SP), no sábado (15). O carro do empresário foi encontrado no estabelecimento e apreendido pelas autoridades. Ele não estava mais no local quando os agentes chegaram.

No domingo (16), os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na casa de Adriano. O passaporte do empresário, um cofre e uma espécie de espada usada em artes marciais foram apreendidos na ocasião. Os agentes seguem em diligências para localizá-lo, informou a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo).

Informações sobre o paradeiro do foragido podem ser comunicadas através do número de telefone 181.

Briga começou após colisão

De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo, um casal estava em um veículo quando sofreu uma ultrapassagem de outro carro, momento em que houve uma colisão. O caso ocorreu na altura do quilômetro 110 da Rodovia Castello Branco.

Nas imagens, é possível ver o casal, identificado como Gabrielle Gimenez e William Isidoro, discutindo com o autor dos disparos. No vídeo, o empresário Adriano Domingues da Costa, que dirigia uma caminhonete, grita com o casal sobre o acidente, segurando uma arma, e retorna ao carro. Uma mulher que acompanhava Adriano é questionada se ela era policial e se o empresário estava com a arma dela, e confirma — no entanto, não há nenhuma comprovação de que ela realmente seja uma agente.

Após a discussão inicial, o homem se reaproxima do carro do casal. Ele pede para os ocupantes do veículo abaixarem o vidro da janela e, após negativa do casal, começa a disparar. Ainda segundo a SSP, o para-brisa do carro — que é blindado — e o farol dianteiro foram atingidos pelos tiros.

No momento dos disparos, a vítima estava em contato com a Polícia Militar. É possível ouvir, pela chamada telefônica, que o agente da PM pede que o casal não abaixe o vidro.

O caso foi registrado como tentativa de homicídio. O boletim de ocorrência foi feito na delegacia de Boituva e as investigações estão a cargo da Polícia Civil na Delegacia de Investigações Gerais de Itapetininga.

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