Médico residente é preso suspeito de assédio e importunação sexual em Goiás
Do UOL, São Paulo
20/06/2024 12h53Atualizada em 21/06/2024 08h03
Um médico residente foi preso preventivamente nesta quinta-feira (20) suspeito de assediar e importunar sexualmente quatro estudantes em Anápolis (GO).
O que aconteceu
A suspeita é de que João Paulo Ferreira Castro tenha feito mais de 53 vítimas. A informação é da delegada Isabella Joy, que investiga o caso.
João Paulo era residente na UniEvangélica. As importunações foram contra alunas de medicina no ano passado, segundo a Polícia Civil.
Um mandado de busca e apreensão também foi cumprido contra ele. A polícia divulgou a imagem do residente para que novas vítimas e testemunhas possam denunciá-lo. A divulgação foi autorizada nos termos da Lei 13.869/2019 e da Portaria 547/2021-PC, conforme despacho da Delegada de Polícia responsável pelo inquérito policial.
O médico tem cadastro regular. Ao UOL, o CFM (Conselho Federal de Medicina) disse que caso é acompanhado por autoridades policiais e pela Justiça e que não vai comentar o caso. "O CFM informa que denúncias e queixas sobre a conduta técnica e ética durante a atuação de profissionais no exercício da atividade médica podem ser apresentadas ao conselho de medicina do estado onde os fatos ocorreram. Os relatos serão encaminhados para análise e tomada das providências cabíveis", diz a nota.
"Prisão é exagero", diz defesa. Ao UOL, o advogado Edvaldo Adriany Silva disse que seu cliente é inocente e que está sendo acusado por "curtir a foto de uma colega". "Entendemos que é indevida às acusações, houve um certo mal-entendido e por mais que nós entendemos que as mulheres hoje precisam, sim, realmente de defesa, mas o exagero nisso está gerando um certo transtorno", diz nota enviada pelo advogado.
UniEvangélica disse em nota que está acompanhando o caso. ''Desde que tomou conhecimento dos referidos acontecimentos, a instituição adotou todas as medidas administrativas pertinentes e prontamente se colocou à disposição das autoridades competentes para fornecer quaisquer esclarecimentos ou informações que possam ser úteis à investigação em curso.''
Como denunciar violência
Caso a vítima tenha sofrido violência sem ferimentos graves, ela pode recorrer imediatamente à Delegacia da Mulher, se existir essa unidade em seu município, ou a delegacia de Polícia Civil, para registrar o boletim de ocorrência.
Quando houver ferimentos graves, com necessidade de pronto atendimento, a unidade de saúde ou hospital deverá fazer o encaminhamento, ou orientar a paciente para procurar a delegacia de polícia. Na maioria dos casos com internamento, o próprio hospital confirma a violência e avisa a Polícia Civil.
Deve ser acionado em caso de flagrante ou em que a situação de violência esteja ocorrendo naquele momento.
Pode ser usado para denunciar anonimamente a violência. As informações serão conferidas pela polícia.
A Central de Atendimento à Mulher funciona 24 horas. A ligação é gratuita, anônima e disponível em todo o país.
Ministério Público
Acesse o site do Ministério Público do seu estado e saiba qual a melhor forma de fazer a denúncia. Alguns estados possuem, inclusive, núcleos de gênero especializados em atender mulheres vítimas de violência.