Conteúdo publicado há 23 dias

Caso brigadeirão: Indiciado ironizou morte de empresário em mensagem

Um dos seis indiciados debochou da morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44 anos, em uma troca de mensagens por meio do WhatsApp. O empresário foi encontrado morto dentro do seu apartamento no Rio de Janeiro, em maio. A namorada dele, a psicóloga Julia Pimenta, foi presa por suspeita de ter envenenado a vítima.

O que aconteceu

Mensagens constam em relatório de inquérito feito pela Polícia Civil. Nos diálogos, Victor Ernesto de Souza Chaffin, responsável por vender as duas armas de Ormond, conversa com Leandro Jean Rodrigues Cantanhede, namorado da cigana Suyany Breschak, sobre a hospedagem em uma pousada não identificada e pede para ele trazer um pão de queijo.

"E aí, mano. Traz pão de queijo quando vier, filho da p***", diz Victor, em mensagem por áudio. Leandro responde cerca de uma hora depois. "Pousada tem café, né?", acrescentando risadas. Na sequência, Victor faz a sua tréplica: "Tô fora. Vai que querem me envenenar".

Seis indiciados no caso que ficou conhecido como "brigadeirão". Victor Ernesto de Souza Chaffin foi indiciado pela polícia por receptação criminosa, venda de armas, associação criminosa e fraude processual. Leandro Jean Rodrigues Cantanhede por receptação, venda de armas, associação criminosa e fraude processual. A cigana Suyany Breschak foi apontada como a mandante e arquiteta do crime.

Júlia Cathermol, namorada do empresário, foi indiciada pelos seguintes crimes: homicídio por motivo torpe com uso de veneno e traição; apropriação de bens de Ormond; venda das armas dele; estelionato; associação criminosa; fraude processual; falsidade ideológica; e uso de documento falso.

O advogado Etevaldo Tedeschi, que representa Suyany, disse que o relatório "constata" que ela não arquitetou o crime. "Havendo sido indiciada por ter concorrido pela prática criminal, o que também restará provado que ela não concorreu para o homicídio, nem para os outros crimes apontados ali", diz o defensor. Porém, a Polícia Civil cita que Suyany e Júlia teriam arquitetado o crime. "A apropriação indevida dos bens da vítima integraria o plano criminoso, arquitetado por Suyany Breschak e Júlia Andrade Cathermol Pimenta, desde o seu nascedouro", diz um trecho.

O UOL tenta contato com as defesas dos outros indiciados. O espaço segue aberto para manifestação. A defesa de Julia Cathermol afirmou que os três laudos de necropsia elaborados no inquérito não apontam para morte violenta da vítima. "Ressalta a defesa que o exame toxicológico apontou para a presença das substâncias morfina e clonazepam, sem todavia indicar em que quantidade teriam sido ingeridas pelo falecido. Não foi feito exame quantitativo das substâncias, sendo leviano afirmar uma superdosagem".

Entenda o caso

Luiz Marcelo foi encontrado morto no dia 20 de maio. Vizinhos sentiram um cheiro forte vindo do apartamento e acionaram a polícia. Segundo laudo do IML (Instituto Médico Legal), o empresário morreu de três a seis dias antes de o corpo ser encontrado. A causa da morte foi inconclusiva, mas a polícia suspeita de envenenamento.

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O empresário havia sido visto pela última vez em 17 de maio. Câmeras de segurança registraram o momento em que Luiz Marcelo e Júlia deixaram a piscina e entraram no elevador. As imagens mostram que ele segura um prato e ela, uma cerveja. Em determinado momento, eles se beijaram.

Conselheira espiritual de Júlia foi detida em Cabo Frio (RJ). Suyany Breschak, que diz ser "cigana", contou à polícia que Júlia matou Luiz Marcelo com um brigadeirão envenenado. Ela, que também teria ajudado Júlia a vender alguns bens da vítima, ainda acusou a suspeita de ser garota de programa e manter um relacionamento com outro homem, além de Luiz Marcelo.

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