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Aeroporto de Ribeirão Preto retoma voos após 3 h de suspensão por queimadas

Antes de ter voos suspensos, aeroporto foi usado ontem à noite como apoio para ações emergenciais do estado de São Paulo e das Forças Armadas Imagem: Rede VOA - 24.ago.2024/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

25/08/2024 08h24Atualizada em 25/08/2024 13h53

O aeroporto estadual Doutor Leite Lopes, em Ribeirão Preto, retomou os voos após uma suspensão de mais de três horas causada pela fumaça das queimadas que atingem o interior do estado de São Paulo.

O que aconteceu

Passageiros voltaram a poder embarcar por volta das 10h. O aeroporto não estava fazendo decolagens e recebendo pousos desde às 6h30. Segundo a Rede VOA, concessionária do aeroporto, os pousos e decolagens foram suspensos porque havia baixa visibilidade aérea no local.

Não há estimativa de voos e passageiros afetados. A empresa diz que ainda não sabe quantos voos foram afetados durante o período de suspensão, mas um balanço deve ser finalizado até o fim do dia.

Até a noite de ontem, aeroporto teve ao menos 21 voos afetados. Oito decolagens foram canceladas e outras três tiveram atraso. Nos pousos, mais oito foram cancelados e dois foram atrasados.

Antes de ter voos suspensos, aeroporto foi usado como apoio para ações emergenciais do estado de São Paulo e das Forças Armadas. A Rede VOA diz que mobilizou uma equipe de resposta e emergência do comitê de crise em Ribeirão Preto para prestar os apoios necessários à logística de emergência, principalmente no terminal de passageiros. Também foram disponibilizados espaços do pátio para priorizar aeronaves modificadas para o combate a incêndios.

Azul teve três voos cancelados devido à fumaça em Ribeirão Preto. Segundo a empresa, duas das viagens eram de ida e volta para Belo Horizonte. A terceira era uma que ia de Ribeirão Preto para Viracopos — os passageiros dessa voo fizeram o trajeto por via terrestre. Procuradas pelo UOL, a Latam disse que não opera voos no aeroporto em Ribeirão Preto e a GOL afirmou que não teve viagens afetadas.

Prefeito descartou evacuação de casas

Duarte Nogueira (PSDB) disse que não há necessidade de moradores deixarem suas casas. Ao UOL, o prefeito afirmou que o único local onde essa possibilidade foi cogitada foi na região sul do distrito de Bonfim Paulista, no condomínio de luxo Residencial Alphaville. "As pessoas ficaram assustadas e temeram que suas casas pudessem ser atingidas pelo fogo." Ele afirmou que os moradores já voltaram para os imóveis.

Tempestade de poeira e fuligem de queimada transformou o dia em noite em Ribeirão Preto. O cenário contribui para uma sensação de medo para os moradores da cidade. Vários trechos de rodovias no interior do estado também foram bloqueados desde a última sexta-feira (23).

Pesquisadora diz que fumaça é tóxica

Fuligem é jogada na atmosfera e chega a diversos locais - mesmo os mais distantes dos incêndios. A declaração foi dada por Karla Longo, pesquisadora do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais), em entrevista do UOL News. Ela afirma que a altitude da fumaça varia segundo o calor gerado: quanto mais quente, maior a altitude. Longo diz também que a fumaça é "extremamente tóxica" aos seres humanos.

Essa fumaça é jogada para a atmosfera. Dependendo da intensidade desse fogo, do tipo de biomassa que tá se queimando, temos uma geração de calor muito grande que lança essa fumaça em várias altitudes. Quanto maior é o calor gerado, maior é a altitude. Essa fumaça segue o padrão normal de circulação das massas de ar, que coloca isso em locais diversos. Karla Longo, pesquisadora do Inpe

Estado de emergência em São Paulo

O governo de São Paulo informa que 36 municípios estão em alerta máximo para queimadas, e 17 destes têm focos ativos de incêndio. O número é da última atualização do governo estadual, feita na tarde deste sábado (24). A região mais atingida é a de Ribeirão Preto, no nordeste do estado, mas há cidades atingidas por quase todo o interior.

Estado terá pacote de ajuda a produtores rurais afetados por incêndios. A medida será lançada neste domingo (25) pelo governo estadual. A ação é da Secretaria de Agricultura e Abastecimento e terá quatro diretrizes. Por meio do Feap (Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista), cada produtor afetado terá acesso a R$ 50.000, com juro zero, para custeio emergencial, como despesas de manutenção e recuperação da produção.

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