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'Essa dor não tem nome', diz mãe de Marielle Franco em depoimento no júri

A mãe da vereadora Marielle Franco, a advogada Marinete da Silva, em foto de arquivo Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil

Do UOL, no Rio

30/10/2024 13h11Atualizada em 30/10/2024 13h13

Marinete da Silva prestou depoimento no julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz nesta quarta-feira (30). Ela depôs por cerca de meia-hora não só como mãe da vereadora Marielle Franco, mas em busca de justiça pela filha, independentemente do cargo.

Ela foi a segunda testemunha de acusação ouvida hoje. "Eu não estou aqui para falar da Marielle enquanto parlamentar. Estou aqui como uma mãe que sofreu e sofre. Aquilo foi uma barbárie. Coisa que não se admite contra o filho de ninguém", disse.

Emocionada, Marinete afirmou que "essa dor não tem nome": "Ninguém, a não ser quem tenha passado pelo mesmo, pode avaliar a dor que estou sentindo". Ela complementou que a dor foi ainda maior por perder a filha já idosa.

Dói porque não tem como não doer, mas vou estar aqui pra dizer que estou aqui por isso, pra pedir justiça por Marielle e Anderson. Não acaba aqui. Ainda temos muito pela frente
Marinete da Silva

Dois dias de júri

A previsão inicial é a de que a audiência de hoje se arraste até a madrugada, com depoimentos das nove testemunhas arroladas. Amanhã, Lessa e Queiroz devem ser ouvidos, por videoconferência, e, depois, a juíza Lúcia Glioche revela a sentença.

Ronnie Lessa (esq.) e Élcio de Queiroz (dir.), acusados de terem matado Marielle Franco e Anderson Gomes Imagem: Reprodução/MP

Antes de Marinete, a assessora de imprensa de Marielle, Fernanda Chaves, prestou depoimento. Única sobrevivente, ela narrou os momentos terríveis que passou ao lado de Marielle e do motorista Anderson Gomes na noite de 14 de março de 2018.

Devem ser ouvidos na sequência: Monica Benicio, viúva de Marielle, Ágatha Reis, viúva de Anderson, uma perita criminal, dois policiais civis, o agente federal Marcelo Pasqualetti e o delegado da Polícia Federal Guilhermo Catramby.

O Ministério Público quer a pena máxima dos acusados, que pode chegar a 84 anos de prisão. O processo que levou à prisão de Lessa e Queiroz tem 13.680 folhas, 68 volumes e 58 anexos.

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