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Caso Marielle: o que se sabe sobre arma usada no crime

Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz são julgados pelos assassinatos de Marielle e Anderson Imagem: Divulgação-6.set.2017/Câmara Municipal do RJ

Do UOL, em São Paulo

31/10/2024 12h52Atualizada em 31/10/2024 12h52

A arma usada no crime que vitimou Marielle Franco e Anderson Gomes em 2018 voltou a ser assunto, na quarta-feira (30), durante o primeiro dia do júri popular dos ex-policiais militares Ronnie Lessa, 54, e Élcio de Queiroz, 51, réus confessos pelo duplo homicídio.

Qual era o armamento

Arma usada no crime foi uma HK MP5, submetralhadora de marca alemã. Marielle e Anderson foram mortos em uma emboscada no dia 14 de março de 2018, após Lessa efetuar 13 disparos com o armamento, produzido pela fabricante alemã Heckler & Koch, contra o carro da vereadora, segundo as investigações.

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Perita criminal confirmou modelo da arma usada no duplo homicídio. Uma das testemunhas convocadas ao julgamento, Carolina Rodrigues Linhares não compareceu ao tribunal, mas foi exibido um vídeo da oitiva em que ela participou nas fases iniciais do processo. Na gravação, Linhares fala sobre como as investigações chegaram ao modelo do armamento utilizado no crime.

Foram testados cinco tipos de armas de fogo no início das investigações, segundo perita. No vídeo exibido ao 4º Tribunal do Júri do Rio, ela afirma que, a partir da análise de avarias no veículo de Marielle, nos corpos das vítimas e nos estojos das munições, foram testados cinco tipos de armas de fogo, disparadas em carros durante a reprodução do crime. Segundo ela, a que mais se assemelhou ao cenário observado no local do crime foi a submetralhadora MP5, de calibre 9mm.

Há número reduzido de submetralhadoras como a MP5 no Rio de Janeiro. As armas são de uso restrito e utilizadas oficialmente por forças especiais das polícias Civil, Militar e Federal no estado fluminense.

Pelo Brasil, armamento é usado por forças de segurança e colecionadores. Desenvolvido na Alemanha na década de 1960, o modelo é geralmente usado no país em combates de curta distância pela Polícia Militar e Polícia Federal.

Armas teriam sido descartadas após o crime. De acordo com o Ministério Público, os criminosos se livraram das armas utilizadas nos homicídios jogando-as no mar, na Barra da Tijuca, local onde Lessa vivia e do seu reduto de ações ligadas a um grupo miliciano.

Projéteis roubados

Polícia encontrou ao menos oito cápsulas de projéteis de calibre 9 mm no local dos homicídios. Esse é o tipo mais comum de munição usado em submetralhadoras no Brasil. Ainda em 2018, a polícia descobriu que os projéteis haviam sido roubados de um lote produzido no país, que se destinaria à PF.

Inicialmente, investigação considerou possibilidade de tiros terem sido disparados de pistola, mas hipótese foi descartada. A munição de calibre 9 mm pode ser usada tanto em pistolas como em submetralhadoras. Porém, quando é disparada de uma submetralhadora seu poder destrutivo é maior.

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