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Ataque que matou delator do PCC feriu três; motorista de app está na UTI

Do UOL, em São Paulo

09/11/2024 09h08

O ataque a tiros que matou o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital), deixou três pessoas feridas no aeroporto de Guarulhos (SP), na tarde de sexta-feira (8). Segundo a polícia, elas não conheciam o empresário.

Como estão os feridos

Feridos foram levados ao Hospital Geral de Guarulhos. Os disparos foram dados por dois homens encapuzados e com fuzis. Após a ação, eles entraram em um Gol preto, onde um motorista os aguardava, e fugiram.

Motorista de aplicativo foi levado para a UTI. Celso Araújo Sampaio de Novais, 41, foi baleado nas costas.

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Funcionário de empresa terceirizada do aeroporto também se feriu. Com ferimentos na mão direita e no ombro, Willian Sousa Santos, 39, está em observação no hospital.

Mulher foi atingida superficialmente no abdômen. Samara Lima de Oliveira, 28, chegou a ser levada ao hospital, mas já foi liberada.

Carro usado no crime está em nome de um proprietário de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. O veículo foi abandonado nas imediações do aeroporto. Dentro dele, havia munição de fuzil e um colete à prova de balas.

Corpo de empresário é retirado do Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos Imagem: Uesley Durães/UOL

O que a polícia vai apurar

Suposto problema mecânico em um dos veículos da escolta de empresário morto. Segundo a Polícia Civil, o Volkswagen Amarok, que seria usado na escolta, apresentou problema e foi deixado em um posto de combustível sem acessar a área de desembarque. A investigação irá apurar se houve mesmo falha mecânica ou se episódio pode estar relacionado com o crime.

PMs chegaram ao terminal 2 no veículo Trailblazer. O veículo foi ocupado ainda pelo filho de Vinícius, de 11 anos, e José Luiz Vilela Bittencourt, 23, amigo do empresário. Ambos também tiveram os telefones celulares apreendidos para que a Polícia Civil possa apurar com quem conversaram e o que foi falado.

PMs responsáveis pela segurança de Gritzbach prestaram depoimento. Com base nos relatos, a Polícia Civil irá detalhar como foi a atuação deles na segurança do empresário. Os agentes foram identificados como Leandro Ortiz, 39, Adolfo Oliveira Chagas, 34, Jefferson Silva Marques de Sousa, 29, e Romarks César Ferreira de Lima, 35.

Empresário havia retornado de viagem de Maceió com a namorada e o motorista. A garota deixou o aeroporto com um dos PMs que integrava a escolta do empresário. Ela já foi ouvida pelas autoridades.

A polícia investiga se ele foi assassinado a mando do PCC. Mas não descarta outras possibilidades, como queima de arquivo, já que havia assinado acordo de delação premiada e tinha vários inimigos agentes públicos, a quem disse ter pago altos valores em propinas.

Pivô de guerra no PCC

O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach era suspeito de envolvimento na morte de um integrante do PCC Imagem: Divulgação

Ameaçado pelo PCC já havia escapado de um atentado no Natal de 2023. O ataque ocorreu no prédio onde ele morava no Jardim Anália Franco, no Tatuapé, na zona leste da capital paulista. Na ocasião, um atirador disparou quando Gritzbach se aproximou da janela para fazer uma filmagem com o celular. Ninguém se feriu. O empresário passava o Natal com o pai, filhos e tios.

Empresário morto e policial penal foram acusados pelo MP pelos assassinatos de dois membros do PCC. Segundo investigações, Anselmo Becheli Santa Fausta, 38, o Cara Preta, havia entregue R$ 40 milhões ao empresário para que investisse em criptomoedas, mas o dinheiro não foi devolvido.

Cara Preta então passou a exigir a prestação de contas e a devolução do dinheiro. Ele e Antônio Corona Neto, 33, o Sem Sangue, foram mortos em dezembro de 2021. Noé Alves Shaum, 42, acusado de ser o executor do crime, foi assassinado no mês seguinte.

Segundo o MP, Cara Preta era um integrante influente do PCC e envolvido com o tráfico internacional de drogas. Já Sem Sangue era o motorista e braço direito dele. O empresário e o policial penal sempre negaram envolvimento nos assassinatos.

Denunciado pela Justiça, Gritzbach chegou a ficar preso pelos assassinatos, mas respondia ao processo em liberdade. Ele deixou a Penitenciária 1 de Presidente Venceslau (SP) em junho de 2023, usando tornozeleira eletrônica. Na época em que esteve preso, o advogado do empresário dizia que ele poderia ser assassinado na prisão por integrantes do PCC.

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