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Justiça Militar nega recurso de mulher que fraudou Exército em R$ 7 milhões

Ana Lucia Galache tinha 15 anos quando seu documento foi fraudado para enganar Exército Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo

30/11/2024 19h57Atualizada em 30/11/2024 19h57

O STM (Superior Tribunal Militar) negou um recurso da defesa de Ana Lucia Umbelina Galache de Souza, 55, condenada por fraudar o Exército Brasileiro, ao receber indevidamente mais de R$ 3 milhões em pensões militares ao longo de mais de três décadas.

O que aconteceu

Corte militar negou por unanimidade recurso da Defensoria Pública da União, que defende condenada por fraude. Souza é acusada de se passar por filha de seu tio-avô, um militar que atuou na FEB (Força Expedicionária Brasileira) durante a 2ª Guerra Mundial, para receber pensão. Ela, que era natural de Três Lagoas (MS), teria recebido mais de R$ 3,7 milhões (quase R$ 7 milhões em valores corrigidos) pelo benefício, entre 1988, quando a fraude começou, e 2022, ano em que foi denunciada.

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DPU pediu absolvição de Souza alegando "ausência de dolo". A defensoria argumenta que o registro da ré como filha do militar foi feito quando ela era menor de idade pela sua avó, Conceição Galache de Oliveira, que era irmã do ex-combatente, falecido no mesmo ano do início da fraude.

Oliveira era procuradora do irmão. Ela teria falsificado a certidão de nascimento da neta, à época com 15 anos, para manter pensão militar na família. Ele não tinha filhos ou outros dependentes, segundo o STM. A avó também teria emitido novos documentos de RG e CPF para a neta, de acordo com o MPM (Ministério Público Militar).

STM decidiu manter condenação, que pedia devolução do valor milionário recebido por Souza ilegalmente. Em 2023, o TCU (Tribunal de Contas da União) determinou que Souza devolvesse R$ 3.194.516,77, corrigidos, e aplicou uma multa de R$ 1 milhão. Além disso, ela foi proibida de ocupar cargos públicos até 2032. A Justiça Militar também a condenou a três anos e três meses de reclusão por estelionato.

Justiça Militar alega que Souza manteve identidade falsa e chegou a ser orientada por marido a interromper pagamentos indevidos. "Foi comprovado o dolo a partir do momento em que a acusada mantinha duas identidades, (...), utilizando a documentação ideologicamente falsa apenas para tratar com a Administração Militar sobre a pensão, alimentando a fraude consumada por mais de 30 anos. (...) Mesmo orientada por seu marido para que comparecesse ao Setor de Pensionistas e interrompesse os pagamentos indevidos, deu continuidade ao esquema, que só foi interrompido porque sua avó e cúmplice a denunciou", diz decisão do STM, que teve como relator o ministro Odilson Sampaio Benzi.

Fraude foi descoberta em 2021, quando avó denunciou neta. Naquele ano, Conceição ficou insatisfeita com a quantia financeira que Souza lhe repassava e exigiu um pagamento de R$ 8 mil, que foi recusado pela neta. A avó então decidiu denunciá-la à Polícia Civil. Com a denúncia, o Exército suspendeu imediatamente o pagamento da pensão, e ela foi chamada a depor.

Procurada, DPU ainda não se manifestou sobre decisão do STM. Se houver retorno, o texto será atualizado.

Casos de fraudes no sistema de pensões militares são relativamente comuns no STM. Segundo a corte, esse tipo de crime é tratado como um crime previdenciário, envolvendo apropriação indevida de pensões militares.

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