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Inquérito da polícia conclui que delator do PCC foi morto por vingança

O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, foi morto a tiros no aeroporto de Guarulhos em 8 de novembro - Divulgação; e obtido pelo UOL O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, foi morto a tiros no aeroporto de Guarulhos em 8 de novembro - Divulgação; e obtido pelo UOL
O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, foi morto a tiros no aeroporto de Guarulhos em 8 de novembro Imagem: Divulgação; e obtido pelo UOL

Do UOL, em São Paulo

14/03/2025 21h14

A investigação do assassinato do delator do PCC, Vinicius Gritzbach, foi encerrada hoje pela Polícia Civil de São Paulo com seis pessoas indiciadas.

O que aconteceu

O crime foi motivado por vingança, segundo o inquérito. O documento, de 500 páginas, apontou a dinâmica do crime e foi encaminhado à Justiça nesta tarde.

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Após 126 dias do crime, a polícia apontou que PMs foram os executores do crime a mando do narcotraficante Emilio Carlos Gongorra, o Cigarreiro. A conclusão veio a partir de interceptações telefônicas e de mensagens entre os envolvidos no crime que somaram 6 terabytes de conteúdos.

Até o momento, três PMs estão presos enquanto outros três homens estão foragidos. A polícia solicitou ao Poder Judiciário que todos sejam presos preventivamente.

Antônio Vinicius Gritzbach foi morto em uma emboscada no Aeroporto Internacional de Guarulhos no dia 8 de novembro de 2024. Dois homens encapuzados desceram de um Volkswagen Gol Preto e abriram fogo contra o homem, enquanto outro criminoso aguardava no volante para a fuga. Gritzbach respondia por homicídio e lavagem de dinheiro e havia colaborado em uma delação premiada dias antes do crime. No ataque ao delator, uma outra pessoa morreu e duas ficaram feridas.

Cigarreiro, um velho conhecido da polícia paulista, mandou mantar Gritzbach para vingar morte do traficante e parceiro Anselmo Santa Fausta, também conhecido como Cara Preta, de acordo com o inquérito. Gritzbach havia sido apontado como responsável pela morte de Santa Fausta, após o traficante cobrar o empresário pelo sumiço de milhões de reais. Além disso, detalhes da delação do empresário ao Ministério Público que conectavam agentes da polícia ao PCC também provocaram a ira de Cigarreiro.

Cigarreiro segue foragido junto com Diego Amaral, apontado como braço direito do traficante no planejamento da morte. Kauê Amaral, olheiro do local do crime no dia do assassinato, também tem paradeiro desconhecido pela polícia.

Ao todo, o inquérito indiciou: Emílio Gongorra, o Cigarreiro; Dênis Antônio Martins, cabo da PM; Ruan Rodrigues, soldado da PM; Fernando Genauro, tenente da PM; Diego Amaral, o Didi, e Kauê Amaral, o olheiro. A coluna de Josmar Jozino havia antecipado os indiciamentos dos PMs narrando que eles se conheciam e que o motorista de fuga do crime era amigo e frequentava a casa da vítima.

Os homens foram indiciados por homicídio qualificado por motivo torpe, uso de meio resultante em perigo comum com emboscada e ocultação de crimes, além do emprego de arma de fogo. Os policiais também responderão por associação criminosa.

O UOL não conseguiu contato com a defesa dos envolvidos.

Quase 30 pessoas, entre policiais e empresários, foram presos por desdobramentos do caso Gritzbach. Entre os 26 detidos em diversas operações, até o momento, estão cinco policiais civis, um advogado e dois empresários delatados pelo empresário.


Cotidiano