Empresário espanhol diz que ex-namorada planejou sequestro dele em SP


Do UOL, em São Paulo
06/04/2025 22h04
O empresário espanhol Rodrigo Perez Aristizabal, 25, disse que a ex-namorada Luana Bektas Lopez, 21, seria a responsável pelo sequestro dele. Os dois deram declarações ao Domingo Espetacular, da Record TV, de hoje.
O que aconteceu
Rodrigo Perez Aristizabal disse que Luana Bektas Lopez é a responsável pelo sequestro dele. O homem disse ter sido levado por policiais em São Paulo e transferido US$ 60 milhões aos sequestradores.
À Polícia Civil, Aristizábal alegou que ficou mantido algemado cinco dias em uma casa em Mogi das Cruzes (SP). Ele conta que fugiu após dopar o policial militar aposentado Ronaldo da Cruz Batista, a quem acusa de vigiá-lo no cativeiro.
Ao Domingo Espetacular, Aristizabal afirmou que a ex-namorada planejou o crime. O empresário rebateu acusações de que teria planejado o próprio sequestro. "Você [Luana] que armou o sequestro. Você sabe perfeitamente que eu jamais faria um sequestro falso para mim. Não sei quais benefícios eu teria", disse. Os dois foram confrontados durante o programa.
Luana Bektas Lopez se defendeu e disse que história é invenção do empresário. "Não sei como ele é capaz de dizer que eu planejei o sequestro. Não faz sentido. Ele não tem onde cair morto, não tem dinheiro nenhum. É tudo mentira dele", afirmou a jovem paraguaia à reportagem.
Ex-namorada afirma que ele a culpa de propósito pelo suposto sequestro. "Isso é uma história dele por que eu o deixei. Ele estava me usando", diz. "Ele fez tudo isso para me prejudicar. Ele disse que, se eu o deixasse, ele acabaria com a minha vida."
Na semana passada, a paraguaia fez um vídeo afirmando que o espanhol era golpista. A jovem disse, na publicação, que o ex-namorado passou a ser ameaçado de morte por um homem a quem ele devia US$ 200 mil, e que ela pediu ajuda a um amigo, o policial civil Thiago Gouveia, para ficar em um lugar seguro. Aristizábal teria concordado com o plano, e Thiago encontrou um sítio para o casal na região de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.
Mulher diz que, no local, o casal participou de churrasco com Thiago e os amigos dele. No dia seguinte, ela disse que brigou com o companheiro porque não queria mais ficar fugindo. Na versão dela, o namorado a machucou, deixando-a "muito assustada". Por isso, aproveitou quando ele dormiu bêbado para ir embora. Ela está no Paraguai.
Luana afirmou que Aristizábal é um golpista. Ela disse ainda que o ex inventou o sequestro, nunca foi empresário, jamais teve dinheiro ou banco digital. Segundo a mulher, ele aplicou golpes em quatro países, e era ela quem pagava o aluguel do apartamento onde o casal vivia em São Paulo, além das contas pessoais dele. A Divisão Antissequestro do Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas) investiga o caso.
Relembre o caso
O caso do espanhol foi divulgado na última segunda-feira. O empresário relatou à polícia, sem conseguir precisar o dia, que voltava de uma padaria para o seu apartamento, no Ipiranga, zona sul da cidade, na noite de segunda ou terça-feira, quando foi abordado por dois homens que estavam em uma camionete preta com a logomarca da Polícia Civil.
Ele foi chamado pelo nome. Ao responder, os supostos agentes teriam dito que eram da polícia internacional, e o colocaram à força no veículo. Os suspeitos estavam usando uniforme da Polícia Civil, segundo o boletim de ocorrência.
Aristizabal foi levado para um cativeiro, em uma área de mata em Mogi das Cruzes. Ele relata que teve de tomar remédio para dormir. Conta ainda que passou a ser extorquido pelos sequestradores. De acordo com a vítima, os suspeitos teriam desviado uma quantia de 50 milhões de dólares da sua conta —cerca de R$ 287 milhões na conversão atual.
Conforme o registro policial, no sábado, ele conseguiu escapar do cativeiro. O empresário afirma que colocou, escondido, o remédio tranquilizante em uma bebida que estaria tomando acompanhando de um dos sequestradores, de quem teria conseguido a confiança.
Espanhol conseguiu se libertar das algemas e escapar do cativeiro. Em um restaurante, ele acionou a PM. Os agentes foram ao local onde o empresário era mantido como refém e encontraram um dos sequestradores no local do crime.
Aos policiais, Ronaldo da Cruz Batista confessou a participação no crime e ele foi preso em flagrante. A defesa dele não foi localizada. Um terceiro policial suspeito de envolvimento no sequestro do empresário também foi preso. Polícia investiga caso.