Caso Vitória: Justiça prorroga prisão de Maicol por mais um mês


Colunista do UOL e do UOL, em São Paulo
07/04/2025 21h20Atualizada em 07/04/2025 21h52
A Justiça de São Paulo prorrogou por mais um mês a prisão temporária de Maicol Antonio Sales dos Santos, que confessou ter matado a adolescente Vitória Regina Sousa em Cajamar (SP), em fevereiro.
O que aconteceu
Justiça aceitou ao pedido de prorrogação da Polícia Civil na sexta-feira (4). Os laudos solicitados ao Instituto de Criminalística e ao Instituto Médico Legal seguem em andamento, informou a Secretaria de Segurança Pública.
Secretaria também afirmou que ainda há diligências em andamento sobre o caso.
Maicol foi indiciado no mês passado como o único suspeito de matar Vitória. Ele vai responder por homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver.
Suspeito confessou o crime. À polícia, ele afirmou que matou a vítima porque ela queria contar a esposa dele que os dois haviam tido um caso no passado. Maicol também confirmou que agiu sozinho. Apesar disso, a defesa de Maicol disse que vai pedir a anulação da confissão do interrogatório alegando que cliente foi coagido a confessar.
Segundo a Polícia Civil, Maicol atraiu a jovem ao seu carro, oferecendo uma carona. Depois, começou a questioná-la sobre um suposto envolvimento passado.
Ele também disse que matou Vitória com dois golpes de faca. Segundo o homem, após uma discussão, Vitória deu tapas e arranhões nele, que pegou um objeto cortante e golpeou a vítima. Na versão do indiciado, a jovem morreu rápido e não gritou devido à gravidade dos ferimentos. Um golpe atingiu o pescoço e outro, o peito. Apesar de contar que a vítima morreu com dois golpes, o laudo pericial do IML aponta que Vitória tinha três perfurações.
Relembre o caso
Vitória desapareceu no fim de fevereiro depois que saiu do trabalho, em um shopping de Cajamar, na Grande São Paulo. Naquela noite, a jovem pegou um ônibus e mandou mensagem para uma amiga. Depois, pegou outro ônibus e escreveu para a amiga novamente dizendo que estava com medo de estar sendo seguida.
O corpo dela foi encontrado no dia 5 de março. Segundo a autópsia, a adolescente morreu em razão de facadas no tórax, pescoço e rosto. O documento não apontou sinais de abuso sexual.
Investigações mostraram que Maicol era "obcecado pela vítima". Ele monitorava a adolescente pelas redes sociais desde 2024, segundo a polícia, e viu uma publicação em que ela mostrava estar sozinha na rua indo para o ponto de ônibus.
"Fica claro que somente ele participou desse crime", afirmou Luiz Carlos do Carmo, diretor do Departamento de Polícia da Macro São Paulo. A fala ocorreu em coletiva da Polícia Civil na última semana para falar dos desdobramentos das investigações.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.