Bruno Covas (PSDB) foi reeleito prefeito de São Paulo neste domingo (29) com 59,38%. Encabeçando uma aliança de 11 partidos, conseguiu uma diferença de votos maior do que as pesquisas indicavam até o sábado.
Foi, ao final, um reconhecimento da estratégia traçada já no primeiro turno de bater na tecla da experiência administrativa. Na hora do aperto, quando Guilherme Boulos (PSOL) engatou uma subida, também sobrou espaço para alfinetadas no rival e até ataques terceirizados de aliados.
Covas largou na liderança nas pesquisas de segundo turno. Ele se manteve estagnado e observou seu adversário crescer acima da margem de erro. O prefeito viu o boletim de ocorrência por violência doméstica registrado pela mulher de seu vice, Ricardo Nunes (MDB), se tornar o sétimo assunto mais procurado no Google num momento crítico da última semana de campanha.
Sempre polido, Covas chegou a perder a paciência ao falar do caso em sabatina da CBN. Teve de reiterar, por mais de uma vez, colocar a mão no fogo pelo vice e sair em sua defesa. Por falar em casos, os de covid-19 também aumentaram durante a disputa, se tornando outro tema recorrente e de desgaste para a atual gestão.
Na quinta-feira, outro baque. Veio à tona uma história controversa com cestas básicas, que levou Boulos a entrar com uma ação na Justiça Eleitoral por abuso de poder público.
Apesar do temperamento combativo do adversário, o PSDB sabia o que iria enfrentar. Na visão do partido, Boulos interpretou um personagem, ao trocar um perfil classificado como confrontador por um comportamento paz e amor que aglutinou a esquerda e conquistou o eleitorado jovem.
No final, o prefeito venceu. Com mais trabalho que o esperado, Covas tem mais quatro anos à frente da cidade.