Boulos anuncia plano de governo e compara gestão Nunes a Titanic
Sem a presença de sua candidata a vice, Marta Suplicy (PT), o candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), criticou a gestão de Ricardo Nunes (MDB) durante o lançamento do plano de governo.
O que aconteceu
Boulos comparou a atual administração municipal com o Titanic. "Indo no caminho errado, sem comando e agora, além de tudo, os mafiosos de plantão estão tocando o violino à espera do iceberg", disse o psolista.
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O candidato criticou o prefeito também ao falar das propostas para saúde. Ele afirmou que Nunes "ficou sem olhar para saúde do povo" nos últimos quatro anos. Reportagem do UOL mostrou que o emedebista avançou em metas na área, mas privilegiou a região Sul da cidade, onde fica seu reduto eleitoral.
Ao todo, foram anunciadas 119 promessas divididas em 27 eixos como saúde, educação, mobilidade, caso Boulos seja eleito. Os candidatos à prefeitura têm de apresentar o plano de governo à Justiça Eleitoral até 15 de agosto.
"Problema de São Paulo não é falta de dinheiro", disse candidato. Boulos afirmou que o orçamento previsto para o próximo ano, além das verbas que a cidade pode conseguir com parceiras com governo federal, são suficientes para dar conta das propostas. "São Paulo é uma Ferrari, o problema é o piloto."
Boulos lançou o plano de governo com a presença de candidatos a vereadores da coligação. Especialistas convidados pela campanha para elaborarem o documento também participaram do evento.
Documento exalta gestões do PT na capital paulista. A campanha de Boulos quer reforçar a imagem do psolista aos feitos positivos de Luiza Erundina (PSOL), Marta e Fernando Haddad (PT) na cidade. No discurso, o deputado também relembrou as administrações petistas. Para o entorno do deputado é importante colar a candidatura ao presidente Lula (PT) para atrair votos na periferia — onde Boulos tem aparecido com menor intenção de votos.
O candidato disse que a presença de Marta não era esperada. Ele afirmou que os dois têm feitos agendas complementares para "chegar a todos os cantos" da cidade. A assessoria da campanha, entretanto, havia informado que a ex-prefeita estaria no evento. Um card com a divulgação do evento também trazia a foto de Boulos e da petista.
O que vimos nos últimos quatro anos é uma prefeitura que parece o Titanic, indo no caminho errado, sem comando e agora, além de tudo, os mafiosos de plantão tocando o violino à espera do iceberg. Quero dizer para eles que vamos chegar a tempo de colocar São Paulo no rumo certo, com planejamento e participação social, para que São Paulo deixe de ficar à deriva e desvie desse iceberg que alguns querem nos levar.
Guilherme Boulos, candidato pelo PSOL
As propostas de Boulos
Para erradicar o analfabetismo, Boulos prometeu criar o "mutirão Paulo Freire". O educador é patrono da educação brasileira e alvo de críticas de bolsonaristas. Ele foi secretário de Educação na cidade de São Paulo. A marca de Marta, os CEUs (Centros Educacionais Unificados), também apareceu no plano com a promessa de entregar "no mínimo 22" — a capital conta com 58 hoje.
Na moradia, área em que o psolista tem ligação pela trajetória no MTST, a proposta é construir 50 mil novas habitações. O candidato também sugere regularização fundiária para 250 mil famílias. Segundo o candidato, este será o "maior programa habitacional da história" de São Paulo.
Para zerar a fila do SUS com "Poupatempo da Saúde". O candidato pretende acabar com a espera para exames e consultas com a criação de 16 policlínicas e centros de diagnóstico em todas as regiões da cidade. As unidades seguiriam o modelo de agendamento de procedimentos do Poupatempo.
Boulos promete erradicar a fome em São Paulo. O candidato propõe abrir novas cozinhas solidárias e restaurantes solidários. além de ampliar os sacolões populares nos distritos que enfrentam o problema da fome. As cozinhas solidárias são uma iniciativa do MTST, que virou lei de autoria de Boulos sancionada pelo presidente Lula (PT).