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Boulos: É preciso cuidado para não naturalizar absurdo de falas de Marçal

Do UOL, em São Paulo

14/08/2024 14h58

O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) disse que "não tem sangue de barata", ao sair do debate Estadão/Terra/Faap, em que bateu boca com Pablo Marçal (PRTB), nesta quarta (14).

O que aconteceu

"Essa tática é velha. O que a gente tem que ter é cuidado para não naturalizar o absurdo", disse o deputado, após o evento. Boulos declarou que a estratégia de Marçal é inventar mentiras, porque é o que chama a atenção dos jornalistas e dos algoritmos das redes sociais.

"É isso que leva à normalização desse tipo de absurdo", comentou. "As pessoas verem alguém que só vem para fazer chacota, mentir de maneira deliberada e é tratado naturalmente, com normalidade. Isso é indignante."

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"Não é um debate, é uma baixaria mesmo", definiu Marçal. Ao ser questionado se esse tom ofensivo era adequado para o debate eleitoral, o candidato do PRTB comparou suas falas à cor da pele. "Cada um tem seu tom, igual cor de pele. Você não vai aceitar a pessoa ter seu próprio tom?", respondeu ele a um jornalista, após o evento.

Boulos e Marçal voltaram a trocar farpas hoje. Os dois já haviam discutido em debate na semana passada, na Band. O candidato do PRTB voltou a acusar o deputado, sem provas, de usar cocaína e levantou uma carteira de trabalho, dizendo que o adversário nunca trabalhou na vida.

Boulos reagiu e tentou tirar o documento da mão de Marçal, no momento em que ele o provocava. Antes disso, em sua resposta, o psolista declarou: "Eu tenho orgulho de ter começado a dar aula há mais 20 anos na escola estadual Maria Auxiliadora. Eu sou professor, eu não sou coach, não ganho dinheiro enganando os outros na internet."

Justiça já mandou Marçal apagar posts nas redes sociais acusando Boulos de usar drogas. Na última sexta (9), a Justiça Eleitoral proibiu que a campanha do empresário faça esse tipo de alusão contra o candidato do PSOL.

Falas descontextualizadas de Marçal em eventos viram cortes publicados nas redes sociais do candidato e acumulam milhões de curtidas. O candidato vem adotando essa estratégia desde a pré-campanha, quando disse que Tabata Amaral (PSB) não poderia ser prefeita por não ser casada e não ter filhos e inferiu que ela tenha motivado o suicídio do próprio pai, ao abandoná-lo para estudar no exterior — o que é mentira.

Nós já vimos o preço que o Brasil pagou por ter naturalizado o absurdo com ex-presidente da República. É isso que esta acontecendo aqui de novo, alguém que vem para mentir deliberadamente, provocar, tumultuar.
Guilherme Boulos

Isso aqui não é debate, é um embate, não tem como colocar proposta em um ambiente em que está armado para destruir as pessoas, eles fazem isso de proposito, mas estão mexendo com o cara errado.
Pablo Marçal

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