Topo

Em debate esvaziado, Tabata foca em propostas e Marçal joga para as redes

Do UOL, em São Paulo*

19/08/2024 12h57Atualizada em 19/08/2024 20h16

Com as ausências de Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB), o debate da Veja foi marcado por propostas de Tabata Amaral (PSB) para São Paulo e Pablo Marçal (PRTB) deixando de responder a algumas perguntas sob o argumento de que suas ideias seriam publicadas nas redes sociais.

O que aconteceu

Marçal, Marina Helena (Novo) e Tabata foram ao evento. Debate durou pouco mais de uma hora e meia com confrontos diretos entre os adversários e perguntas de jornalistas.

Tabata foi a candidata que mais apresentou propostas para a cidade. Marçal e Marina Helena também citaram sugestões dos planos de governo, mas no primeiro bloco focaram na crítica à ausência dos adversários e temas nacionais, como o pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes, feito pela candidata do Novo.

Marçal disse que as respostas estariam em suas redes sociais por ao menos três vezes. Isso aconteceu quando ele foi questionado sobre temas da cidade como insegurança alimentar e mudanças climáticas.

A candidata do PSB criticou a postura do adversário. "A mesma covardia você vê com Marçal, quando ele se recusa a responder, porque deve ter alguém lá pesquisando e formulando a pergunta para ele", disse Tabata.

Marçal e Marina Helena repetiram a dobradinha que fizeram no debate Estadão/Terra. No primeiro confronto direto, o candidato do PRTB precisava fazer uma pergunta à candidata e disse "fale o que você quiser no seu tempo". Eles também trocaram elogios.

Propostas e fuga de críticas

Marçal não responde sobre insegurança alimentar, nem sobre "ração humana", proposta por Filipe Sabará durante gestão João Doria (hoje sem partido). Tabata perguntou quais são as propostas do empresário para resolver o problema da fome na cidade e depois questionou se ele concordava com a distribuição da "farinata" para os moradores de rua, ação anunciada por Sabará quando era secretário municipal de Doria — hoje ele é coordenador de plano de governo de Marçal.

"Sua pergunta será logo respondida após o debate", disse Marçal. O empresário também leu propostas que estavam no plano de governo apresentado à Justiça Eleitoral. Ele diz que é preciso investir em educação, mas sem dar mais detalhes.

Questionados sobre as mudanças climáticas, Tabata falou em investir em parques lineares e um plano para "áreas mais sofridas", já Marçal lembrou de ações próprias no Rio Grande do Sul. Sem dar detalhes, o empresário disse que uma das propostas do plano de governo é "limpar mananciais".

Na área da Saúde, Marina Helena reciclou o "Corujão da Saúde", da gestão Doria, e o candidato do PRTB prometeu zerar filas sem dizer como. Marçal disse que 30% das entradas das unidades de pronto atendimento ocorrem por falta de calçada e "as pessoas tem caído e se acidentado".

Ausência de candidatos vira pauta

Logo na primeira pergunta, os candidatos presentes citaram os adversários que faltaram ao debate. Tabata chamou o trio de "covarde", Marina Helena de "fujões" e, Marçal, sem apresentar provas, disse que Boulos, Nunes e Datena combinaram a ausência em um jantar no domingo (18) à noite.

Candidatos citaram o "descontrole" de Marçal como principal motivo para a ausência. As equipes afirmam que o adversário quebra as regras definidas pelas organizações e dizem que têm conversado com os veículos de imprensa para que seja garantido o cumprimento das regras. Oficialmente, o motivo para não aparecerem ao debate foi a incompatibilidade de agendas — apesar de apenas Datena não ter confirmado presença na semana passada.

Mediadora do debate disse que a falta dos candidatos marca o "desrespeito" deles com os eleitores. "Não apareceram hoje para democraticamente debater com os adversários e apresentar suas propostas para a cidade", disse Marcela Rahal, jornalista da Veja.

O tema voltou a aparecer nos blocos finais após pergunta do colunista Robson Bonin sobre a falta dos adversários. Marçal e Tabata voltaram a criticar os ausentes.

O que disseram candidatos

Vou tirar o chapéu aqui para todas as mulheres que vieram nesse debate, Tabata e a Marina, e falar que a gente está com um problema de masculinidade, de virilidade nesta nação, por isso os homens, principalmente o que lidera a prefeitura, não teve coragem de vir. Tiro o meu chapéu, vou deixar ele aqui porque é de tirar o chapéu mesmo.
Pablo Marçal

Querem que esta eleição seja decidida pelos partidos políticos, em sala fechada, e não por você, eleitor. Essa mesma covardia que a gente está vendo, especialmente de Nunes e Boulos, a gente também vê aqui com Marçal, quando ele se recusa a responder as minhas perguntas e coloca tudo na rede social, porque deve ter alguém lá pesquisando e formulando a pergunta para ele.
Tabata Amaral

A gente tem aqui três candidatos fujões. Quem deveria estar abrindo esse debate fazendo a pergunta era o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que não veio. Pior do que isso, os três -- Nunes, Boulos e Datena -- assinaram um termo de compromisso dizendo que estariam aqui e fugiram. Como a gente quer para comandar a nossa cidade alguém que tem medo do confronto de ideias?
Marina Helena

Participam desta cobertura:
Ana Paula Bimbati, Manuela Rached, Nathália Moreira (estagiária), Saulo Pereira Guimarães e Wanderley Preite Sobrinho
Colaboração para o UOL: Letícia Polydoro

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Em debate esvaziado, Tabata foca em propostas e Marçal joga para as redes - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Eleições 2024