TRE manda Boulos apagar posts ofensivos contra Ricardo Nunes
Do UOL, em São Paulo
02/09/2024 19h10
O juiz eleitoral Rodrigo Colombini determinou nesta segunda-feira (2) que Guilherme Boulos (PSOL) apague publicações nas quais chamava Ricardo Nunes (MDB) de "ladrãozinho de creche".
O que aconteceu
Posts reproduziam trechos de debate realizado neste domingo (1º). Na ocasião, Boulos chamou Nunes de "ladrãozinho de creche" para se referir a investigações em curso sobre o suposto envolvimento de empresas ligadas a Nunes em irregularidades, no período em que ele ainda era vereador. O esquema ficou conhecido como "máfia das creches".
"A expressão é pejorativa e manifestamente injuriosa ao autor", afirmou o juiz na decisão. O material foi distribuído por meio das páginas de Boulos no Facebook, Instagram, YouTube e TikTok.
Debate foi marcado por ofensas. Nunes referiu-se a Boulos como "invasorzinho" e o chamou de "sem vergonha", entre outros xingamentos trocados pelos candidatos.
Momento mais tenso do debate ocorreu entre Pablo Marçal (PRTB) e Datena (PSDB). O empresário levou a primeira advertência após usar a palavra "merda". O candidato do PRTB depois discutiu com o apresentador, que saiu do púlpito e se dirigiu ao local onde o ex-coach estava.
Candidatos citaram ligações suspeitas dos adversários com o PCC. Nunes disse que Marçal é "tchutchuca do PCC", após ser chamado de "amante de Bolsonaro". O empresário, por sua vez, citou o fato de o candidato à reeleição ter visitado as empresas de ônibus investigadas por elo com a facção.
Com Marçal na mira
Protagonistas do começo da campanha, Boulos e Nunes foram ofuscados por Marçal. O movimento ficou claro a partir do último dia 22, quando o Datafolha divulgou um levantamento (SP-08344/2024) em que o candidato do PRTB estava tecnicamente empatado com os nomes apoiados por Lula (PT) e Bolsonaro (PL).
Marçal cresceu, enquanto Nunes e Boulos oscilaram para baixo. O candidato do PRTB cresceu de 14% na sondagem anterior para 21% na última. Já o atual prefeito variou de 23% para 19% entre uma pesquisa e outra, enquanto o deputado federal pelo PSOL foi de 22% para 23%. A margem de erro é de três pontos.
Diante da situação, Marçal virou alvo. Boulos e Nunes subiram o tom contra o empresário, citando supostas ligações do partido dele com o PCC — dois antigos membros do PRTB são investigados por suspeita de trocar carros de luxo por cocaína — e uma condenação de 2010 por invadir contas bancárias pela internet.
Quatro pesquisas têm divulgação prevista para esta semana. Na terça (3), sai o levantamento da Real Time Big Data sobre a disputa em São Paulo. A partir de quinta (5), está prevista a divulgação de sondagens do Datafolha e do 100 cidades. Já na sexta (6), o Paraná Pesquisas deve divulgar um novo relatório.
Próximo debate acontece no dia 15. Organizado pela TV Cultura, o encontro entre os candidatos está marcado para 21h.