Cícero (PP) e ex-ministro Queiroga (PL) fazem 2º turno em João Pessoa
Com 100% das urnas apuradas, está definido que o atual prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e o ex-ministro bolsonarista Marcelo Queiroga (PL) vão disputar o segundo turno na cidade. O resultado surpreende, já que as pesquisas apontavam que Cícero seria reeleito em primeiro turno.
O que aconteceu
Cícero obteve 49,16% dos votos válidos (205.122). Ele tem apoio do governador da Paraíba, João Azevedo (PSB).
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Agredecer aos 205 mil eleitores que assinaram hoje que nós somos a melhor opção para que João Pessoa possa seguir em frente. Cícero, em declaração após o resultado
Queiroga obteve 21,77% dos votos válidos (90.840). Ele teve apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Eles ficaram à frente do ex-prefeito Luciano Cartaxo (PT) e do deputado federal Ruy Carneiro (Podemos). Camilo Duarte (PCO) e Yuri Ezequiel (UP) também estavam na disputa.
Cícero Lucena teve campanha conturbada. Recebeu duros ataques dos opositores por conta das operações da PF (Polícia Federal) que investigam o suposto envolvimento de sua família com a facção criminosa Nova Okaida, suspeita de aliciamento violento de eleitores.
Queiroga tem o apoio da família Bolsonaro. Na reta final, o ex-ministro da Saúde recebeu a visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que fez ato em João Pessoa e pediu votos a Queiroga. Ele também recebeu pedido de votos do ex-presidente em live.
Candidato do PL ressaltou sua experiência no governo Bolsonaro. Durante a campanha, Queiroga repetiu que teria a experiência necessária por ter administrado um orçamento do Ministério da Saúde. Também usou muito a sua promessa de "lutar contra o crime organizado", em contraposição a Lucena.
Os problemas com a atual gestão
Esposa de Cícero, a primeira-dama Lauremília Lucena chegou a ser presa. Isso ocorreu no dia 28 de setembro, oito dias antes do primeiro turno. Ela é suspeita de participar do esquema, concedendo gratificações a cargos dados pela prefeitura. Janine Lucena, filha do casal, é investigada na Operação Mandare. Ela é secretária-executiva de Saúde e foi flagrada em conversa com um líder de facção, que cobrava uma ajuda de custo e um maior salário para a esposa e a filha, empregadas da prefeitura.
União de candidatos à Prefeitura contra Lucena. Durante a campanha, as denúncias levaram os adversários do atual prefeito a a se unirem. Após uma entrevista coletiva conjunta, eles foram até o TRE-PB (Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba) pedir para que as eleições tivessem tropas federais, o que não foi levado adiante.
Lucena demonstrou indignação com as suspeitas. O prefeito afirmou que a prisão da esposa foi "política." Chegou a dizer também que os candidatos rivais estariam se unindo para prejudicar a sua imagem e a da capital, João Pessoa.