PSD ultrapassa MDB e é a sigla com mais prefeitos eleitos no Brasil em 2024

O PSD, de Gilberto Kassab, é o partido com mais prefeitos eleitos em todo o Brasil nas eleições municipais de 2024, desbancando o MDB, que historicamente elegia mais prefeitos no país.

O que aconteceu

Até a publicação desta reportagem, o PSD havia eleito 878 prefeitos. MDB elegeu 847; PP, 743; União Brasil, 578 prefeitos; e PL, 510. O partido Republicanos elegeu 430, seguido por PSB (309), PSDB (269) e PT (248 prefeitos).

O PSD não será ultrapassado pelo MDB no segundo turno. Com ao menos 30 prefeituras de vantagem no primeiro turno, o PSD ainda vai disputar nove cidades no segundo, enquanto o MDB disputará em dez cidades.

A legenda elegeu mais prefeitos em seis estados. Alguns deles são os mais populosos do Brasil:

  1. São Paulo
  2. Minas Gerais
  3. Bahia
  4. Paraná
  5. Piauí
  6. Sergipe

O PSD recebeu 9,3 milhões de votos para prefeito no primeiro turno. O MDB amealhou 7 milhões, o PL, 6,8 milhões. União Brasil, 6,3 milhões; PP, 6,1 milhões; Republicanos, 4 milhões; PSB, 3,5 milhões; PSDB e PT 2,2 milhões de votos.

O PSD vem crescendo de forma contínua desde que foi fundado, em 2011. Em sua primeira eleição municipal, em 2012, elegeu 494 prefeitos. Nas eleição seguinte, cresceu 8%, chegando a 536 prefeituras. Em 2020, subiu mais 22% e fechou em 632 prefeituras, ficando em terceiro lugar. Este ano, o partido deu um salto de 36% em comparação com as eleições passadas, elegendo mais de 870 prefeitos. Desbancou o MDB, que liderou as prefeituras por ao menos 20 anos. Na eleição passada, por exemplo, o MDB elegeu 796 prefeitos.

Topazio Neto (PSD), se reelegeu prefeito de Florianópolis no primeiro turno
Topazio Neto (PSD), se reelegeu prefeito de Florianópolis no primeiro turno Imagem: Reprodução

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A evolução do PSD nas últimas eleições:

2024: 878 (resultado do primeiro turno)
2020: 632
2016: 536
2012: 494

203 prefeitos em São Paulo

No estado de São Paulo, o partido de Kassab cresceu 217% em relação à eleição passada. Em 2020, a sigla emplacou 64 prefeitos no estado mais rico do Brasil. Este ano, elegeu ao menos 203 prefeitos. Naquele ano, o maior vencedor foi o PSDB, que ainda hegemônico no estado, levou 177 prefeituras.

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Em Minas, o partido fez ao menos 140 prefeitos. Na Bahia, foram cerca de 115, ultrapassando as expectativas do próprio Kassab.

Principais vitórias

Eduardo Paes votou no Gávea Golf Club, zona sul no RJ
Eduardo Paes votou no Gávea Golf Club, zona sul no RJ Imagem: Paulo Carneiro/Ato Press/Folhapress

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O PSD venceu para a prefeitura em três capitais no primeiro turno. Eduardo Braide, em São Luís, venceu com 70% dos votos. No Rio, Eduardo Paes (PSD) teve 60%, enquanto Topázio Neto (PSD), com 58%, venceu em Florianópolis.

A principal conquista do PSD foi o Rio de Janeiro, com a reeleição de Eduardo Paes em primeiro turno. Em 2020, Paes se elegeu pelo DEM (hoje União Brasil), mas no ano seguinte migrou para o partido de Kassab. Na Câmara Municipal, o partido saltou de três vereadores eleitos em 2020 para 16 este ano.

A legenda ainda pode vencer em outras duas capitais. Em Curitiba, o vice-prefeito Eduardo Pimentel passou para o segundo turno em primeiro lugar, com 33,5% dos votos. Apoiado pelo prefeito Rafael Greca (PSD) e pelo governador Ratinho Júnior (PSD), ele enfrentará a jornalista Cristina Graeml (PMB), que obteve 31,1%.

Eduardo Pimentel (PSD) foi ao segundo turno da disputa em Curitiba
Eduardo Pimentel (PSD) foi ao segundo turno da disputa em Curitiba Imagem: Reprodução/Instagram

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Em Belo Horizonte, o prefeito Fuad Noman (PSD) avançou em segundo lugar, com 26,5%. Ele disputará o segundo turno contra o deputado estadual Bruno Engler (PL), que atingiu 34,3%. O apresentador Mauro Tramonte (Republicanos), que liderou durante toda a disputa, acabou em terceiro. O deputado Rogério Correia (PT), nome de Lula, amargou a quinta colocação.

PSD, o grande vencedor da eleição

O resultado já era esperado. Já no começo do ano, o PSD já detinha ao menos 1.040 prefeituras, um crescimento de 58% em relação ao resultado das eleições de 2020. Desde aquela eleição, Kassab e outros líderes regionais incentivaram a transferência de prefeitos de outros partidos para o PSD, principalmente no estado de São Paulo, onde eleitos pelo PSDB preferiram trocar de legenda para disputar este ano com mais chances de vencer.

18.mar.2011 - O então prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e o então vice-governador de São Paulo Afif Domingos se cumprimentam
18.mar.2011 - O então prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e o então vice-governador de São Paulo Afif Domingos se cumprimentam Imagem: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress

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O PSD "é o grande partido vencedor destas eleições considerando o crescimento do número de prefeituras que passa a ocupar". A opinião é do cientista político Nilton Sainz, doutorando da Universidade Federal do Paraná, onde estuda carreiras políticas no Brasil.

É o "animal político" Kassab quem cacifa o PSD para disputar espaço com o MDB. "Ultrapassar o número de prefeitos no Brasil é histórico, especialmente para um partido com 13 anos", diz Eduardo Grin, cientista político da FGV.

O PSD reconfigurou o jogo político e consolidou sua influência no Legislativo nacional. Como ele cresceu em termos de alcance em municípios, o governo, terá, cada vez mais, que olhar esse partido como ator estratégico para as eleições de 2026.
Nilton Sainz, cientista político

Kassab comemorou em mensagem ao UOL. "Fico muito feliz com o resultado do PSD no Brasil e em São Paulo", afirmou o ex-prefeito de São Paulo, que dividiu os louros com outras lideranças da sigla.

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Ainda somos um partido novo e esse resultado é fruto do trabalho consistente e propositivo das inúmeras lideranças que caminham neste projeto desde o início em cada Estado. É um trabalho conjunto, de cada liderança, em cada bairro, em cada município. São eles que merecem os parabéns.
Gilberto Kassab, presidente do PSD

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