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Marta chama Boulos de herdeiro de Lula: 'Presidente deu risada gostosa'

Alckmin, Boulos, Marta e Márcio França, em evendo do candidato do PSOL, em São Paulo Imagem: Bruno Luiz/UOL

Do UOL, em São Paulo

22/10/2024 23h07Atualizada em 22/10/2024 23h58

A ex-prefeita e vice de Guilherme Boulos (PSOL), Marta Suplicy (PT), afirmou nesta terça-feira (22) que o candidato a prefeito é o "herdeiro" do presidente Lula (PT).

O que aconteceu

Marta disse que o presidente "deu uma risada gostosa" ao ouvir a avaliação dela sobre Boulos. "Outro dia eu liguei pro Lula, viu? Pode ficar tranquilo. Você já tem herdeiro. E ele deu uma risada gostosa", afirmou a petista, destacando que o colega de chapa tem "estrela".

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Fala acontece após ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dizer que Lula não tem substituto. A declaração de Bolsonaro foi feita nesta terça, em um evento do candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB). A jornalistas o ex-presidente disse também que ele é o candidato da direita para 2026, mesmo estando inelegível.

Boulos minimizou a declaração e afirmou que seu foco é "ganhar a prefeitura". "Isso não é uma discussão pra ser feita neste momento. O presidente Lula é a maior liderança que esse país produziu, é presidente do país. O meu foco absoluto é trabalhar pra ganhar a prefeitura de São Paulo", disse a jornalistas.

Boulos e Marta participaram de evento de campanha nesta noite com Geraldo Alckmin (PSB). O vice-presidente da República, que apoiou a candidatura de Tabata Amaral (PSB) no primeiro turno, declarou apoio a Boulos.

Em discurso, Alckmin acusou Nunes de "quebrar" a prefeitura para conseguir a reeleição. O vice-presidente ainda destacou que Boulos é o melhor candidato "sob todos os aspectos" e citou que o presidente Lula "salvou a democracia" ao se eleger em 2022.

Esse governo que está aí, em 2021, teve um superávit de R$ de 3 bilhões. O ano passado já fez um déficit de mais de R$ 6 bilhões, e este ano vai ser pior ainda. Os fins não justificam os meios. Quebrar governo para tentar ganhar eleição é subestimar a inteligência e a capacidade do julgamento das pessoas
Geraldo Alckmin, em crítica à gestão de Ricardo Nunes

Ministro cita risco à democracia

O ministro Márcio França (PSB) comparou a aliança com Boulos ao pacto feito por países para vencer o nazismo na Segunda Guerra Mundial. Segundo o titular da pasta do Empreendedorismo, a gestão Nunes está gestando o "ovo da serpente", referindo-se a "coisas erradas" que estariam ocorrendo na gestão.

Tabata Amaral foi convidada para a agenda, mas não compareceu. Ela anunciou voto em Boulos logo após o primeiro turno, mas disse que não faria agendas de campanha com ele. O entorno de Boulos tinha expectativa ainda de que ela enviasse um vídeo de apoio para ser exibido no ato, o que não ocorreu.

Boulos falou em riscos de retrocesso e citou a situação das milícias no Rio de Janeiro para ilustrar o que, segundo ele, pode ocorrer em SP. "Aqui em SP, em três anos e meio de uma cidade praticamente sem prefeito, a gente viu o que aconteceu no transporte público. A gente viu uma milícia se formar dentro da Guarda Civil Municipal", disse.

O candidato do PSOL afirmou que o crime organizado ganha "espaço com governos fracos". Boulos tem escalado o tom das críticas a Ricardo Nunes, em busca de virada contra o prefeito no segundo turno. Ele tem reforçado a acusação de violência doméstica contra o prefeito, denúncias de corrupção na gestão e uma suposta associação de Nunes ao crime organizado.

Evento teve objetivo de emular frente ampla, algo que Boulos enfrenta dificuldades. O candidato do PSOL busca reproduzir a heterodoxa aliança de partidos feita por Lula para derrotar Bolsonaro em 2022, mas só conseguiu reunir na coligação partidos de esquerda. O PSB foi a única sigla que o deputado federal atraiu no segundo turno. O ato teve ainda participação do ex-ministro da Casa Civil do governo FHC Clóvis Carvalho e da escritora Beatriz Bracher, que chegou a fazer doação para a campanha de Tabata, mas depois integrou um movimento por voto útil em Boulos na reta final do primeiro turno.

Boulos tenta mostrar capacidade de diálogo com diferentes setores da sociedade para desfazer a imagem de extremista. A estratégia é uma forma de reduzir a sua rejeição no eleitorado, que chega a 56% contra 35% de Nunes, de acordo com a última pesquisa Datafolha. Nesta segunda, o candidato do PSOL apresentou uma carta aos paulistanos na qual prometeu fazer um governo "de diálogo" e "sem amarras ideológicas". O documento é uma reedição da "Carta ao povo brasileiro" feita por Lula na campanha de 2002, em um gesto ao empresariado, parcela da sociedade até então refratária ao petista por considerá-lo radical.

Ele [Ricardo Nunes] se demonstrou frágil pro exercício de uma função do tamanho da prefeitura de SP. Mesmo sem querer, ele está deixando festar no seio da prefeitura um ovo da serpente. Eles tão gestando uma confusão entre o poder público e as coisas erradas que ele não tem força pra reagir
Ministro Márcio França, ao criticar gestão Nunes

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