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Países do Bric encerram encontro com disposição de lutar por "nova ordem mundial"

Os presidentes de Rússia, Brasil, China e Índia celebram união e avanços da cúpula dos chamados Bric, em Brasília - Dmitry Astakhov/EFE
Os presidentes de Rússia, Brasil, China e Índia celebram união e avanços da cúpula dos chamados Bric, em Brasília Imagem: Dmitry Astakhov/EFE

Camila Campanerut <br>Do UOL Notícias

Em Brasília

15/04/2010 23h01

A 2ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo dos Bric (grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China) terminou na noite desta quinta-feira (15), em Brasília, com saldo positivo, segundo os líderes dos países.

“Estamos confiantes de que a convergência aqui alcançada contribuirá para constituição de um espaço de diálogo. Brasil, Rússia, Índia e China têm papel fundamental a desempenhar na construção desta nova ordem internacional mais justa, representativa e segura”, avaliou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O conceito de “nova ordem mundial” se refere ao fim da era em que apenas os países mais desenvolvidos tinham voz nas decisões político-econômicas internacionais.

“A Rússia está interesse em desenvolver e resolver questões muitos complexas, uma das mais importantes para superar a crise econômica mundial, um sistema internacional mais justo e igualitário”, reforçou o coro o presidente russo Dmitri Medvedev.

O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, destacou que foram feitos importantes debates de interesse comum entre os Bric como mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável, segurança energética e alimentar. “Nós apoiamos uma ordem mundial democrática, justa e multipolar com as Nações Unidas fazendo o seu papel central para lidar com estes desafios”, defendeu Singh.

Os discursos integrados serão levados à reunião do G20, prevista para a última semana de junho no Canadá, quando os líderes das 20 principais economias mundiais se reúnem para debater e traçar estratégicas econômicas.

A próxima reunião dos Bric deve ser marcada para 2011, na China. A informação foi dada pelo presidente chinês Hu Jintao que agradeceu a solidariedade dos demais líderes pelo apoio às vítimas do terremoto que matou centenas de pessoas no noroeste do país asiático. A tragédia, inclusive, gerou uma alteração na agenda do evento, que duraria dois dias, mas teve o encerramento antecipado para hoje.

Projetos comuns
O principal documento assinado pelos chefes de Estado foi um memorando de cooperação entre os bancos de desenvolvimentos dos quatros países: BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social); Vnesheconombank, Export-Import Bank of Índia e o China Development Bank Corporation.

O acordo permitirá ampliar as atividades de fomento em projetos de infraestrutura e estimular vários setores produtivos nas nações envolvidas.

“PAC” chinês
Durante o encontro, os governos brasileiro e chinês assinaram o “PAC chinês” – um Plano de Ação Conjunta de cooperação bilateral entre 2010 e 2014, fixando ações em áreas como agricultura, cultura, e energia.

Na ocasião da assinatura, o presidente Lula destacou que, desde o início do governo dele, o comércio bilateral com a China cresceu 780%, ultrapassando os Estados Unidos como principal parceiro comercial do Brasil.