Violência leva ao fechamento de embaixadas na Tailândia; representação do Brasil não é afetada
![Comerciantes fecharam as portas nesta quinta-feira (13) depois que os militares tailandeses isolaram a área ao redor do acampamento dos "camisas vermelhas", na capital Bancoc - AP](https://n.i.uol.com.br/noticia/2010/05/13/comerciantes-fecharam-as-portas-depois-que-os-militares-tailandeses-isolaram-a-area-ao-redor-do-acampamento-dos-camisas-vermelhas-na-capital-bancoc-1273782037271_615x300.jpg)
EUA e Reino Unido fecharam nesta quinta-feira (13) suas embaixadas em Bancoc, após o aumento da violência entre os chamados “camisas vermelhas” e as forças do governo na região central da capital tailandesa. A embaixada brasileira, mais afastada da região do conflito, manterá funcionamento normal.
Raio-x da Tailândia
Nome oficial: Reino da Tailândia
Capital: Bancoc
Tipo de Governo: Monarquia Constitucional
População: 65.998.436
Idiomas: Tailandês, inglês, dialetos étnicos e regionais
Grupos étnicos: Tailandeses 75%, chineses 14% e outros 11%
Religiões: Budistas 94,6%, muçulmanos 4,6%, cristãos 0,7%, outros 0,1%
Fonte: CIA Factbook
“A embaixada está fechada e os serviços aos cidadãos norte-americanos apenas estará disponível em caso de emergência. Os funcionários essenciais estão na embaixada, mas ela não está aberta ao público”, afirmou à imprensa o porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Philip Crowley.
“Estamos muito preocupados, acompanhamos a situação de perto”, acrescentou Crowley. “Reiteramos a ambas as partes que a violência não é o caminho para resolver estes problemas.”
De sua parte, o ministério de Relações Exteriores do Reino Unido informou que está ciente do fechamento da embaixada norte-americana, e tomará igual medida para esta sexta-feira.
“A embaixada britânica estará fechada ao público devido à proximidade com o lugar onde estão acontecendo as manifestações no centro de Bancoc”, afirmou um porta-voz do ministério.
Procurado pelo UOL Notícias, o Itamaraty informou que a embaixada brasileira não está ameaçada pelos confrontos e por isso não tem planos de alterar seu funcionamento.
“O fechamento das embaixadas se deve à proximidade delas com a região de conflito, onde há risco inclusive de cortes de energia e cortes de água. Não é o caso da embaixada brasileira”, explicou uma porta-voz da chancelaria brasileira.
“Naquela região, normalmente muito movimentada, hotéis e shoppings também foram fechados”, acrescentou.
Recomendações de segurança
Para os brasileiros que estão na Tailândia ou planejam viajar para o país, o site da embaixada (http://www.brazilembassy.or.th) mantém uma seção atualizada com informações de segurança.
Veja imagens do conflito na Tailândia
"A Tailândia vive momentos de instabilidade política. Não se pode descartar que venham a ocorrer eventos que ponham em risco a segurança física da população e de visitantes, tais como choques entre as forças de segurança e os manifestantes 'camisas vermelhas', bem como entre estes e outros grupos", informa o site.
A embaixada também recomenda que os brasileiros evitem locais em Bancoc ou nas províncias onde haja manifestações de protesto. "Recomenda-se, igualmente, evitar locais onde haja forte presença policial ou militar, em razão da possibilidade de confronto com manifestantes ou de atentados contra as forças de segurança", acrescenta.
A crise se aprofundou na Tailândia nesta quinta-feira com a decisão do primeiro-ministro de Abhisit Vejjajiva de cancelar as eleições antecipadas e de enviar veículos militares para isolar o bairro de Bangcoc onde permanecem entrincheirados os manifestantes que pedem a renúncia do premiê.
Líder rebelde é baleado na cabeça; testemunhas relatam confronto em Bancoc
Um general tailandês dissidente foi baleado na cabeça em Bancoc, nesta quinta-feira (13), enquanto o exército ameaçava usar tanques contra barricada da oposição no centro comercial da capital tailandesa. A tensão na região aumentou com relatos de tiros, explosão e de feridos sendo encaminhados ao hospital.
Crise
Mais de 10 dias após o anúncio, o plano para o fim da crise de Abhisit Vejjajiva parece cada vez mais impraticável, depois de ter gerado esperanças e ter recebido a aparente aprovação das principais personalidades políticas do reino.
As empresas dispensaram seus funcionários mais cedo nesta quinta-feira e ativaram planos de contingência. Várias estações do metrô suspenso fecharam mais cedo, e ônibus estavam sendo desviados para outras áreas.
A crise, iniciada há dois meses, já matou 29 pessoas e feriu mais de mil, além de paralisar partes de Bancoc e reduzir o crescimento da segunda maior economia do Sudeste Asiático.
*Com informações de agências internacionais
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