EUA investigam envolvimento de major do Exército do Paquistão no ataque frustrado em Times Square

Investigadores americanos e paquistaneses estão em busca de uma nova pista sobre o atentado frustrado em Nova York no dia 1º de maio. As autoridades acreditam que um major do Exército do Paquistão está envolvido no ataque e que sabia dos planos de Faisal Shahzad em explodir um carro em Times Square, Nova York, nos EUA.

As autoridades paquistanesas prenderam o militar esta semana e, segundo os investigadores, o major soube dos planos de Shahzad por meio de outro suspeito, acusado de financiar a operação. Os policiais disseram que o major, também suspeito de ter ligações com o Taleban, pode ter ajudado os conspiradores nos preparativos para o ataque e não contou tudo aos investigadores paquistaneses sobre o ataque frustrado.

"O major pediu demissão do serviço militar", disse um funcionário da agência americana antiterror, que pediu anonimato porque o processo continua em aberto.

"Nos disseram que o major estava ciente da conspiração", disse um oficial da mesma agência. "Nós não sabemos ainda qual o papel que ele tinha e se realmente estava envolvido. Ele tinha ligações com o Taleban paquistanês".

Os investigadores americanos deram poucos detalhes sobre o militar e sua prisão, que foi citada pela primeira vez na quarta-feira (19) pelo jornal "Los Angeles Times".

Um porta-voz da embaixada paquistanesa em Washington disse na quinta-feira (20) que funcionários da embaixada tinham ouvido relatos da detenção, mas não foi capaz de confirmá-la ou dar mais detalhes.

Envolvimento com o Taleban paquistanês

Nos últimos dias, funcionários do governo americano envolvidos com o caso esclareceram sobre a relação de Shahzad com o Taleban paquistanês. De acordo com as provas recolhidas até agora, segundo as autoridades, os militantes paquistaneses financiaram o projeto de Shahzad, mas não se envolveram diretamente na escolha da meta ou local específico do ataque.

Os oficiais disseram que Shahzad  recebeu formação, mas de forma limitada, do Taleban no Waziristão do Norte. Em seguida, foi para Karachi para receber US$ 17 mil em dinheiro do suspeito que é associado do major preso esta semana.

Nascido no Paquistão e naturalizado americano no ano passado, Shahzad, 30, responde por cinco acusações, incluindo tentativa de uso de arma de destruição em massa, tentativa de assassinado e massacre. Se condenado, ele pode pegar prisão perpétua.

O paquistanês foi preso no aeroporto internacional John F. Kennedy, ao tentar deixar os Estados Unidos em um voo para Dubai, dois dias após um veículo utilitário contendo uma bomba ter sido encontrado por policiais estacionado na Times Square.

Segundo as autoridades, ele admitiu o atentado, mas disse ter agido sozinho.

Ataque

No último dia 1º de maio, a polícia encontrou em um veículo estacionado no coração de Nova York, dispositivos de fogos de artifício, tanques de propano, gasolina, fertilizante e dois relógios. Dois vendedores de rua viram fumaça sair de dentro do carro e chamaram a polícia, que isolou o local.

Os motivos da falha do detonador ainda não foram esclarecidos, depois que a caminhonete pegou fogo parcialmente, mas segundo especialistas o dispositivo era improvisado e obra de alguém com pouca experiência.

A polícia informou, no entanto, que se a bomba tivesse explodido teria criado uma "significativa bola de fogo", capaz de matar várias pessoas que estavam próximas ao carro.

* Com informações do ProPublica