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Presidente-executivo da BP nega envolvimento em decisões técnicas e irrita congressistas dos EUA

BP concordou em criar um fundo de US$ 20 bilhões para as vítimas do derramamento de óleo; <b>VEJA MAIS FOTOS</b> - Win McNamee/Getty Images/AFP
BP concordou em criar um fundo de US$ 20 bilhões para as vítimas do derramamento de óleo; <b>VEJA MAIS FOTOS</b> Imagem: Win McNamee/Getty Images/AFP

Do UOL Notícias* <br> Em São Paulo

17/06/2010 14h28Atualizada em 17/06/2010 18h43

Questionado por detalhes dos procedimentos de segurança na plataforma “Deepwater Horizon”, o presidente-executivo da BP (British Petroleum), Tony Hayward, afirmou nesta quinta-feira (17), em depoimento ao Congresso dos Estados Unidos, que não era informado sobre os detalhes técnicos das perfurações de petróleo. “Eu não estava envolvido em nenhuma dessas decisões”, disse.

Ativista protesta durante depoimento

  • No início de seu depoimento, Hayward foi interrompido por uma ativista da organização pacifista Codepink, com o rosto e as mãos cobertas de tinta preta, em referência ao óleo. A mulher gritou em direção a Hayward: "Você deve ser acusado por um crime, você deve ir para a prisão", mas foi logo contida por policiais do Congresso e retirada da sala.

A ausência de respostas diretas irritou o presidente da comissão, deputado Henry Waxman (democrata da Califórnia): “O senhor está agindo como se não tivesse nada a ver com esta empresa”, retrucou o congressista. Hayward disse que não está preparado para emitir juízo sobre o que ocorreu de errado na perfuração da plataforma “Deepwater Horizon”, mas destacou que sente “um grande senso de responsabilidade sobre o acidente”.

Hayward afirmou que durante sua gestão foi “focado como um laser” na questão da segurança dos trabalhos de perfuração na plataforma “Deepwater Horizon”.

Hayward foi interrogado pela primeira vez no Congresso norte-americano nesta quinta-feira (17) sobre o vazamento de petróleo no golfo do México, na tentativa de demonstrar o compromisso da petrolífera em resolver a maior tragédia ambiental da história dos Estados Unidos.

Os congressistas insistiram em questionar uma série de detalhes sobre os procedimentos de perfuração, se eram arriscados ou não. Hayward afirmou, repetidamente, que não podia responder perguntas específicas porque não estava envolvido na tomada de decisões da BP.

Presidente-executivo diz que "lamenta profundamente"

Hayward afirmou aos congressistas integrantes da comissão de Energia e Comércio que "lamenta profundamente" pelo desastre e afirmou que “como líder da BP, nós não vamos descansar até resolvermos tudo”. Hayward também afirmou que a BP se compromete a custear todos os gastos com a limpeza do óleo e destacou “que o povo americano pode ficar tranquilo, pois a BP faz um bom trabalho”.

Hayward acrescentou que todo o processo e equipamento de perfuração usado pela BP na plataforma “Deepwater Horizon” foi aprovado pela MMS (Mineral Management Service), agência reguladora da exploração de recursos minerais e petróleo.

Durante seu depoimento inicial Hayward afirmou aos congressistas que "lamenta profundamente" pelo desastre e afirmou que “como líder da BP, nós não vamos descansar até resolvermos tudo”. Hayward também afirmou que a BP se compromete a custear todos os gastos com a limpeza do óleo e destacou “que o povo americano pode ficar tranquilo, pois a BP faz um bom trabalho”.

Ontem o presidente da BP, Carl-Henric Svanberg, afirmou, que o conselho da empresa decidiu suspender os pagamentos de dividendos aos seus acionistas. Ele também emitiu um pedido de desculpas "ao povo americano em nome de todos os empregados da BP".

O presidente americano Barack Obama afirmou, durante declaração na Casa Branca ontem, que está confiante que a BP irá cumprir suas obrigações com o golfo do México e os cidadãos americanos.

Além do fundo de US$ 20 bilhões para custear os estragos reivindicados pela população e empresários atingidos pelo vazamento de petróleo no golfo do México, Obama também anunciou que a BP concordou em estabelecer outro fundo de US$ 100 milhões para compensar os trabalhadores que foram demitidos ou prejudicados pelo acidente.

Obama disse que o fundo será dirigido pelo advogado Kenneth Feinberg, que supervisionou os pagamentos às famílias das vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001.

* Com agências internacionais