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Asilado na República Dominicana, Zelaya espera voltar a Honduras

Renata Giraldi<br>Enviada Especial<br>Da Agência Brasil

Em Toronto (Canadá)

28/06/2010 08h14

Em 28 de junho de 2009, o ex-presidente de Honduras Manuel Zelaya foi surpreendido ao ser retirado de casa por militares das Forças Armadas, que anunciaram que ele não estava mais no comando do país. Foi uma ação organizada por militares, representantes do Congresso Nacional e da Suprema Corte.

No lugar de Zelaya assumiu interinamente a Presidência da República Roberto Micheletti, antigo aliado do ex-presidente. Em novembro do ano passado, houve eleições diretas que deram a vitória a Porfirio “Pepe” Lobo. Para o governo brasileiro, porém, as eleições não podem ser reconhecidas como legítimas porque ocorreram sob clima de golpe de Estado.

De lá para cá, Zelaya ficou abrigado quase quatro meses na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa (capital hondurenha), passou pela Costa Rica e vive hoje na República Dominicana, como asilado político. No período em que ficou na representação brasileira, o ex-presidente foi tratado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como “hóspede”.

Apesar de viver em Santo Domingo, Zelaya mantém reuniões constantes, contatos com correligionários e autoridades estrangeiras. Diplomatas brasileiros que acompanham o assunto afirmam que o ex-presidente se mantém ativo e em articulações frequentes. Aliados dizem que Zelaya quer voltar a Honduras e reintegrar-se à política local.

De acordo com observadores brasileiros, as manifestações a favor de Zelaya e contrárias a ele dividem opiniões no país. Os simpatizantes do ex-presidente usam o símbolo dele - o chapéu - e bandeiras do partido. Os demais o criticam, afirmando que ele é autoritário e defensor de mudanças não permitidas na Constituição, como a reeleição.