Cuba começa a libertar presos políticos após acordo com a Igreja
Raio-x de Cuba
Nome oficial: República de Cuba
Forma de governo: Estado Comunista
Capital: Havana
Divisão administrativa: 14 províncias
População: 11.451,652
Idioma: Espanhol
Grupos etnicos: Brancos 65.1%, mulatos e mestiços 24.8%, negros 10.1%
Religiões: Católicos Romanos 85%, protestantes, testemunhas de Jeová e judeus também possuem representação
Fonte: CIA Factbook 2009
O governo cubano começou neste sábado (10) a libertar os primeiros presos políticos do grupo de 17 detentos que viajarão à Espanha, do total de 52 opositores que prevê soltar.
"Dando continuidade ao processo de liberação de prisioneiros, informa-se os que sairão proximamente com destino à Espanha", disse o Acerbispado de Havana em nota à imprensa, que mencionou cinco presos políticos condenados em 2003 a penas entre 6 e 28 anos de prisão.
A liberação dos presos é o resultado mais concreto do inédito diálogo iniciado em maio entre o governo comunista e a Igreja Católica na ilha.
Familiares do primeiro grupo de cinco prisioneiros que sairiam rumo à Espanha esperavam no sábado para serem transportados para Havana antes de viajar para a Europa.
"Vão nos reunir em Havana, estamos esperando que um carro do governo venha nos buscar a qualquer momento para levar-nos para Havana", disse Moralinda Paneque, mãe do preso político José Luis García Paneque.
"Soube que meu filho está a caminho de Havana também, ele vai em outro carro, ali a gente vai se encontrar", disse a mulher que mora em Las Tunas, a 657 quilômetros a leste da capital da ilha caribenha.
A liberação dos cerca de 50 opositores é parte de uma insólita aproximação entre o governo e a igreja Católica que começou em abril, quando um cardeal interveio para que parassem de assediar as Damas de Branco, um grupo de esposas e mães de presos políticos.
Pouco antes do diálogo, a igreja Católica, que por décadas esteve à sombra na política local, emergiu nos últimos meses com um papel mais ativo no debate sobre os problemas de uma sociedade abatida pela crise econômica.
Seu diálogo com o governo cubano iniciado em maio obteve a liberação de um dissidente doente, o traslado de 18 para prisões próximas a suas famílias e o compromisso de liberar 52 que estão atrás das grades desde 2003, num processo conhecido como "Primavera Negra".
Esposas e mães dos presos políticos que serão soltos esperavam com ansiedade no sábado pelas liberações, enquanto continuavam a esperar por mais mudanças em Cuba.
"Acredito que este é o começo de muitas mudanças", disse Oleivys García, esposa de Pablo Pacheco, incluindo entre os primeiros cinco presos políticos que serão liberados e viajarão à Europa.
Laura Pollan, líder das Damas de Branco, grupo que por anos tem marchado pelas ruas de Havana para exigir a liberação de seus parentes, disse que o anúncio é "inédito", mas que não deixará de realizar protestos pacíficos.
"Nós vamos continuar caminhando enquanto ficar um preso político na prisão", disse Pollán, esposa do preso político Héctor Maceda.
* Com agências internacionais
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