BP inicia injeção de cimento em poço no golfo do México
A petrolífera BP iniciou nesta quinta-feira (5) a última fase da operação para conter o derramamento de óleo no golfo do México, afirmou a companhia por meio de um comunicado. A ação de hoje consiste em tampar com cimento o poço com problemas para cobrir a lama injetada para empurrar o petróleo.
Veja álbuns de fotos especiais do desastre
Óleo chega à região costeira dos EUA |
Animais são afetados pelo vazamento |
Compare o tamanho da mancha de petróleo |
Os engenheiros da companhia deram início à injeção de cimento nas áreas mais profundas do poço, após fazerem inserções de lama durante toda a semana. O poço foi tampado provisoriamente no mês passado.
“O objetivo do procedimento é de apoiar a estratégia de fechar e isolar o vazamento. O procedimento irá complementar a ação de alívio da operação”, afirmou a BP.
O almirante da Guarda Costeira Thad Allen, indicado pelo governo norte-americano para acompanhar o vazamento, disse que a operação de injeção de cimento deve ser concluída nas próximas semanas.
Alllen afirmou também que não aceitará "de nenhuma maneira" que a execução deste procedimento atrase os trabalhos de escavação do poço alternativo, considerado como a solução definitiva para conter o vazamento.
De acordo com a BP, a injeção de cimento na parte superior do poço deve ser concluída no final deste mês.
Governo
Ontem o governo norte-americano alertou que o impacto dos mais de 100 dias de derramamento poderá durar "décadas", apesar de comemorar o anúncio do sucesso da primeira parte da operação de selagem do poço.
"A longa batalha para deter o vazamento e conter o petróleo está finalmente chegando ao fim. E estamos muito contentes com isso", declarou o presidente Barack Obama sobre a operação para selar o poço com barro e cimento.
Contudo, Obama disse que os "esforços de recuperação continuarão", pois há de se "reverter o dano que foi feito".
De fato, "acompanhamos preocupados o impacto a longo prazo" do derramamento, disse Jane Lubchenco, titular da Administração Nacional de Assuntos Oceânicos e Atmosféricos (NOAA), em coletiva na Casa Branca.
A flora e a fauna submarinas se viram afetadas pelo vazamento durante três meses e sofrerão os efeitos da contaminação durante "anos e, possivelmente, décadas", completou Lubchenco.
No entanto, a funcionária disse estar otimista sobre as consequências da contaminação dos produtos marinhos destinados ao consumo humano, afirmando que os organismos degeneram naturalmente os hidrocarbonetos em algumas semanas.
De qualquer forma, as autoridades americanas continuarão realizando análises no longo prazo para assegurar a qualidade desses produtos, disse Lubchenco.
Apesar dessa preocupação, o governo americano mostrou otimismo sobre o sucesso da operação da BP para selar o poço.
Vazamento
O vazamento de em torno de 4,9 milhões de barris (780 milhões de litros) de petróleo depois da explosão de uma plataforma da BP no golfo em 20 de abril, que deixou 11 mortos, causou a pior catástrofe ambiental na história americana.
A mancha de óleo afetou os ecossistemas e a economia local de cinco Estados do sul dos Estados Unidos: Alabama, Flórida, Louisiana, Mississippi e Texas.
Além do anúncio do sucesso da operação, os habitantes desses estados também foram informados pelo governo federal de que cerca de 75% do petróleo derramado conseguiu ser eliminado de suas águas, por evaporação, dispersão, queima ou coletado pelos barcos.
A catástrofe custará milhões de dólares para a BP, aos quais se soma o desprestígio causado pelas tentativas falhas de frear o derramamento e os erros de comunicação de seu presidente, Tony Hayward, que anunciou sua demissão para outubro.
*Com informações de agências internacionais
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