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Protestos continuam na França; Sarkozy diz que levará ao fim reforma previdenciária

Trabalhadores de Marselha bloqueiam a entrada de terminal de ônibus com pneus queimados - AFP
Trabalhadores de Marselha bloqueiam a entrada de terminal de ônibus com pneus queimados Imagem: AFP

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

20/10/2010 10h16

Depois da greve geral desta terça-feira (19) e da continuidade dos protestos nessa quarta (20), o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse hoje que ordenou o desbloqueio de todos os depósitos de combustíveis do país e acrescentou que levará até o fim sua reforma do sistema previdenciário que pretende aumentar de 60 para 62 a idade mínima para aposentadoria. O presidente francês afirmou que vai enviar policiais aos locais bloqueados.


Além da ameaça de paralisação no abastecimento de combustível, voos e trens (sobretudo nas regiões de Toulouse, Bordeaux, Nantes e Clermont Ferrand) continuam sem funcionar regularmente.

Diante dos "problemas de abastecimento que afetaram parte dos postos de abastecimento, o presidente "determinou o desbloqueio dos depósitos de combustíveis para restabelecer o mais em breve possível a situação".

A justificativa é que "a desordem provocada pelas interrupções causa inúmeras injustiças", em primeiro lugar com "a maioria dos franceses que querem ir ao trabalho e circular livremente" e porque poderia "ter consequência no emprego" ao perturbar a atividade econômica.

O ministro do interior, Brice Hortefeux, disse que três grandes depósitos foram desbloqueados durante a madrugada. "Se essa desordem não acabar logo, a tentativa de paralisar o país pode ter consequências em empregos, quebrando o funcionamento normal da economia", completou Sarkozy.

Reforma polêmica
"Levarei a reforma da previdência porque meu dever como chefe do Estado é garantir aos franceses que eles e seus filhos poderão contar com aposentadoria", ressaltou Sarkozy em uma declaração feita durante o Conselho de Ministros semanal.

O Senador francês espera que a reforma seja votada até o final desta semana. Sindicatos já entram no nono dia de greves e bloqueios em protesto contra a mudança.

"Protestar é uma coisa, bloquear é outra. Nós não deixaremos o país ser bloqueado", disse o porta-voz do governo, Luc Chatel, a uma rádio francesa, explicando as ordens de Sarkozy para que a polícia intervenha.

*Com agências internacionais