Para barrar extrema direita, mais de 200 candidatos já desistiram na França

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1. Para barrar a extrema direita, mais de 200 candidatos já desistiram nas eleições da França. São terceiros colocados que renunciaram à disputa para dar mais chances ao rival do Reunião Nacional de Marine Le Pen. Os cálculos são do jornal Le Monde e vão evoluir ao longo do dia, já que o prazo para apresentar as candidaturas para a votação do próximo domingo vence hoje. A maior parte das desistências (127) é da aliança dos principais partidos de esquerda, a Nova Frente Popular. A coalizão do presidente Emmanuel Macron, mais vaga em relação ao abandono das candidaturas, abriu mão de 75 distritos, segundo a imprensa francesa.

2. Em vitória para Trump, Justiça dos EUA decide que presidentes têm imunidade parcial. A Suprema Corte determinou, por seis votos a três, que ex-presidentes têm imunidade em processos criminais por atos oficiais, mas não em casos não oficiais. A decisão deverá atrasar o julgamento de Donald Trump que envolve acusações de interferência no resultado das eleições de 2020 e que resultou na invasão do Capitólio. O caso retornará ao tribunal de instância inferior, que decidirá se as ações de Trump foram atos oficiais ou não. Se Trump ganhar a eleição, ele pode ordenar ao departamento de Justiça que retire as acusações, diz o The New York Times. Os juízes da Suprema Corte que votaram contra afirmaram que a decisão transforma o presidente em "um rei acima da lei."

3. Maduro anuncia a retomada do diálogo com os EUA. Nova conversa entre os dois países está marcada para quarta-feira. A tentativa de reaproximação ocorre poucas semanas antes das eleições presidenciais na Venezuela. Em um programa na TV, Nicolás Maduro afirmou que as discussões envolvem um acordo assinado com os Estados Unidos no Catar em 2023. Ele abrangeu a troca de prisioneiros e, após isso, os EUA flexibilizaram o embargo sobre o petróleo venezuelano. Mas, em abril, Washington reimpôs sanções após a principal líder da oposição ser impedida de disputar as eleições de 28 de julho. O governo americano condicionou a retirada das sanções à habilitação de todos os opositores na corrida presidencial.

4. Milei cancela presença na cúpula do Mercosul e deve ir ao Brasil se reunir com Bolsonaro. A reunião do Mercosul ocorre na capital paraguaia de domingo a segunda. A Casa Rosada confirmou a viagem do presidente Javier Milei ao Brasil, mas não detalhou sua agenda. Eduardo Bolsonaro afirmou que o argentino participará de uma conferência conservadora em Camboriú (SC) e terá um encontro com o ex-presidente Bolsonaro. Esta será a primeira viagem de Milei ao Brasil, mas não há previsão de compromissos com Lula. O presidente brasileiro disse, na semana passada, que aguardava um pedido de desculpas do líder argentino para que houvesse um encontro.

Aliado de Moscou e crítico da ajuda financeira e militar da União Europeia à Ucrânia, o premiê húngaro, Viktor Orban, que acaba de assumir a presidência semestral da UE, se reúne com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em Kiev para discutir a guerra na Ucrânia
Aliado de Moscou e crítico da ajuda financeira e militar da União Europeia à Ucrânia, o premiê húngaro, Viktor Orban, que acaba de assumir a presidência semestral da UE, se reúne com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em Kiev para discutir a guerra na Ucrânia Imagem: Valentyn Ogirenko/Reuters

5. Beryl vira furacão de categoria 5 'potencialmente catastrófico'. O ciclone que atravessa o Caribe deve registrar ventos de 260 Km/h e está a caminho do México, na área do balneário de Cancún. Ele já provocou fortes chuvas e ventos devastadores ao passar por várias ilhas no sudeste do Caribe. O primeiro-ministro de Granada afirmou que a ilha de Carriacou ficou devastada em apenas meia hora. A revista Scientific American afirma que o Beryl representa o prenúncio de mais tempestades, com as águas quentes do Atlântico impulsionadas pelas mudanças climáticas e pelo El Niño, que injetam mais força nos ciclones.

Deu no The New York Times: "Suprema Corte dos EUA intensifica a escalada do poder presidencial". A decisão do tribunal de conceder aos presidentes imunidade em acusações ligadas a atos oficiais é uma expansão extraordinária do poder Executivo que terá repercussões bem depois da saída de Donald Trump do cenário político, diz o jornal. Em um artigo de análise, o NYT afirma que o poder presidencial vem se reforçando implacavelmente nos EUA desde meados do século 20. Após o escândalo do Watergate, que levou à renúncia de Richard Nixon, foi ampliada a garantia de independência de investigações da Justiça sobre ações da Casa Branca. Mas Trump desgastou essa norma e prometeu abertamente que, se retornar ao poder, utilizará o ministério da Justiça para se vingar de seus inimigos. Leia mais.

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