WikiLeaks: republicano Mike Huckabee diz que responsável por vazamento deve ser executado

O pré-candidato a presidente do Partido Republicano dos Estados Unidos, Mike Huckabee, reforçaou o discurso contra a divulgação dos 250 mil documentos diplomáticos americanos e defendeu que o autor do vazamento seja “executado”.

A declaração foi feita nesta quarta-feira (1), um dia depois da também republicana Sarah Palin, uma das representantes da ala mais conservadora da direita americana, declarar que o fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, devria ser julgado como um terrorista pro divulgar informações sigilosas.

“Quem quer do nosso governo que tenha vazado essa informação é culpado de traição, e eu acho que qualquer coisa além da execução é uma penalidade muito leve”, disse Huckabee durante uma parada na Fundação e Biblioteca Presidencial Ronald Reagan para autografar cópias de seu livro para crianças , "Não posso esperar até o Natal!".

Para o republicano, o autor do vazamento colocou “vidas de americanos em risco”. “Eles [os responsáveis por vazar os documentos] colocaram em risco relações que vão levar décadas para serem restabelecidas. Eles sabiam que tinha em mãos, informações sensíveis”, completou.

“Qualquer um que tivesse acesso a esse nível de informação não apenas sabia das regras, mas também havia se comprometido a não violar essas leis. E eles violaram... Qualquer vida que eles comprometerem, eles serão pessoalmente responsáveis e terão sangue nas mãos”, disse o republicano ao site “Politico”.

Nesta terça-feira (30), Palin sugeriu que Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, seja caçado como um líder da al-Qaeda ou do Talibã. Ela disse não entender como o australiano, "um antiamericano com sangue nas mãos", ainda não foi pego pelas autoridades americanas.

"A última rodada de publicações (...) pelo WikiLeaks levanta sérias questões sobre a forma incompetente como o governo Obama lida como todo esse fiasco", escreveu ela em sua página no Facebook.

Palin, possível candidata do partido Republicano à Presidência em 2012, sugeriu ainda a que o site fosse retirado do ar permanentemente.

Até agora, o principal suspeito de ser o responsável pelo vazamento das informações é Bradley Manning, 23, ex-analista de inteligência do Exército dos EUA no Iraque.

Ele já estava preso sob a acusação de ter passado ao WikiLeaks um vídeo de 2007 que mostrava um ataque de helicóptero que deixou 12 mortos no Iraque, inclusive dois jornalistas da Reuters.

O indiciamento divulgado ao público diz que ele foi responsável por desviar "mais de 150 mil telegramas diplomáticos", mas não ficou claro se esses são os mesmos documentos divulgados pelo WikiLeaks.
 

*Com agências internacionais