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EUA tratarão Brasil como economia equivalente a China e Índia, diz Obama

Maurício Savarese<br>Do UOL Notícias

Em Brasília

19/03/2011 16h43

Em um fórum com empresários americanos e brasileiros, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste sábado (19) que o Brasil se tornou uma economia globalmente importante e que deve ser tratado com a mesma importância de dois parceiros ainda mais potentes do seu país: China e Índia.

Obama foi ao encontro dos empresários depois de ser recebido por Dilma Rousseff no Palácio do Planalto e de participar de um almoço no Itamaraty. “É hora de tratar o diálogo econômico com o Brasil tão seriamente quanto tratamos como China e Índia”, disse o presidente americano. Os portos chineses são o principal destino das exportações brasileiras, e a presidente Dilma visitará Pequim daqui um mês, antes de ir a Washington.

A última visita do presidente chinês, Hu Jintao, à capital americana foi considerada por políticos de lá como uma das mais importantes deste século, entre duas potências globais. Com a Índia, os EUA têm um pacto nuclear tão importante que levaram Obama a admitir em Nova Déli que o país tem de integrar o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"EUA tratarão Brasil como China e Índia"

Ex-presidentes

Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva foram citados como homens de visão por Obama, que comparou Brasil e EUA por serem democracias multiétnicas e terem passado colonial, embora com características bastante diferentes. Lula foi o único dos antecessores de Dilma que não participou do almoço no Itamaraty: José Sarney, Itamar Franco, Fernando Collor e FHC estavam presentes.

Obama repetiu que os países serão parceiros importantes na área energética. “Os EUA não poderiam ficar mais felizes com uma nova e estável fonte de energia”, afirmou, em uma referência indireta ao Oriente Médio – região turbulenta onde revoltas nas últimas semanas fizeram os preços do petróleo disparar. "Além disso, disse o presidente, os países estão aprofundando sua cooperação no ramo de biocombustíveis".

Mais descontraído do que na agenda com Dilma, Obama lamentou não ter vindo ao Brasil no Carnaval, repetiu seus lamentos sobre as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 – após a eliminação de sua base eleitoral, Chicago –, e brincou com a seleção brasileira. “Os EUA estão melhorando [no futebol]. Vocês precisam melhorar”, afirmou, arrancando risos dos empresários.