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Obama vê Brasil como líder global, mas não se compromete com ambição na ONU

Maurício Savarese

Do UOL Notícias <br> Em Brasília

19/03/2011 13h27Atualizada em 19/03/2011 13h59

Após o pronunciamento da colega brasileira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste sábado (19) em sua primeira visita ao Brasil que vê o país como uma potência global, com influência nas áreas energética, econômica e humanitária, mas não declarou apoio à ambição de incluir a nação sul-americana como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ele conversou com Dilma Rousseff por mais de uma hora no Palácio do Planalto.

Veja a íntegra da declaração de Dilma

"Os EUA vão continuar trabalhando com o Brasil e os outros países para promover reformas no Conselho de Segurança", disse Obama, que na Índia não hesitou em apoiar as ambições locais para participar permanentemente do órgão, composto também por Rússia, China, Grã-Bretanha e França.

O americano afirmou que a vinda ao Brasil logo no início do atual governo é um reconhecimento ao novo status internacional do país. "Esta visita é uma oportunidade histórica para ainda mais cooperação nas próximas décadas. Agradeço pelo esforço pessoal [da presidente] para reforçar os laços entre os nossos países. Existe muito mais que podemos fazer", disse Obama, ao lado de Dilma. "Os EUA não apenas reconhecem a ascensão do Brasil, mas dão apoio a isso."

Antes de Obama, Dilma afirmou que as duas maiores democracias das Américas romperam barreiras ao eleger, respectivamente, um negro e uma mulher para os seus mais altos cargos.

Obama aproveitou os microfones para anunciar ação rápida para evitar mais derramamento de sangue na Líbia, onde o ditador Muammar Gaddafi enfrenta uma insurgência que quer derrubar seu regime de mais de 40 anos. "O consenso foi forte. O povo da Líbia tem de ser protegido", afirmou. "Nossa coalizão está pronta para agir e agir com urgência." Aviões franceses e italianos já sobrevoam o país do norte da África e um ataque é iminente.

O único momento descontraído do pronunciamento do americano veio quando ele prometeu se esforçar para que empresas de seu país ajudem a viabilizar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016 - a capital fluminense bateu Chicago na disputa. "Ainda dói", brincou.