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Presidente da Costa do Marfim foi preso pelas forças do rival, diz embaixador francês

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

11/04/2011 10h37Atualizada em 11/04/2011 12h01

O presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, foi detido  pelas forças de seu rival Alassane Ouattara, nesta segunda-feira (11), segundo o embaixador francês na Costa do Marfim, Jean-Marc Simon. Segundo a porta-voz de Ouattara, Anne Ouloto, Gbagbo e sua mulher foram levados para a base do grupo de Ouattara.

"Laurent Gbagbo foi preso pelas forças republicanas da Costa do Marfim (FRCI, pró-Ouattara) e conduzido ao Hotel del Golf (quartel general de Ouattara", disse Simon.

Um funcionário da embaixada também confirmou a prisão de Gbagbo para a agência de notícias Associated Press, em entrevista por telefone. Ele pediu anonimato por questão de política do governo francês.

Segundo o embaixador da Costa do Marfim na ONU, Youssoufou Bamba, Gbagbo "está vivo e bem" após sua prisão. Bamba disse que o presidente marfinense foi retirado "rápido e profissionalmente". "Terminou o pesadelo para o povo da Costa do Marfim. Há muita comemoração. Agora [Gbagbo] está preso em um lugar seguro e logo será julgado, disse.

"O pesadelo da Costa do Marfim chegou ao fim", afirmou o ex-líder rebelde que assumiu o posto de primeiro-ministro Guillaume Soro, ao confirmar que as forças de Alassane Ouattara capturaram o presidente derrotado na eleição de novembro Laurent Gbagbo.

Manhã de ataques

A informação da prisão foi dada após helicópteros franceses voltarem a atacar a residência oficial do presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, em Abidjã. Os ataques ocorrem horas depois de as forças das Nações Unidas e a França bombardearem a residência de Gbagbo. O atual presidente resiste a abrir mão do poder e transmitir o cargo ao eleito, Alassane Ouattara.

Moradores de Abidjã relataram que houve explosões e combates no centro da cidade, no bairro de Plateau, onde fica o palácio presidencial.

Veja a localização da Costa do Marfim

  • Arte UOL

O líder dos Jovens Patriotas, Blé Goudé, disse que a residência de Gbagbo ficou “parcialmente destruída” depois dos últimos ataques. Admirador do atual presidente, Goudé criticou as ações das Nações Unidas e da França. “É um intervencionismo o racismo invasor da França que denunciamos. Não há armas pesadas na residência”, disse.

A crise na região começou há mais de quatro meses, logo depois das eleições presidenciais de 28 de novembro, quando o candidato da oposição foi reconhecido como presidente eleito.

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), os combates estão mais violentos em Abidjã. Pelos dados do órgão, nos últimos dias, aproximadamente 2 mil pessoas da Costa do Marfim deixaram o país rumo a Gana – já são 7,2 mil refugiados na região. Além disso, 2,3 mil optaram pelo Togo como abrigo.