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Símbolo de Nova York, parte do Empire State pode ser sua

Charles V. Bagli e Peter Lattman<br>Do The New York Times

18/04/2011 11h44

Pessoas que sempre se perguntaram como deve ser investir em imóveis na cidade de Nova York poderão em breve ter parte do seu arranha-céu mais famoso, o Empire State.

A família Malkin, dona do histórico prédio Art Deco de 102 andares na Quinta Avenida com a Rua 34, está planejando criar uma companhia de imóveis de capital aberto que incluiria o edifício, de acordo com três de seus executivos informados sobre os planos que falaram sob anonimato por não estarem autorizadas a discutir o assunto.

O arranha-céu atrai milhares de turistas de todo o mundo todos os anos para seu observatório no 86º andar, 1.050 metros acima das ruas da cidade. Se o plano da família Malkin for bem-sucedido, qualquer pessoa será capaz de comprar ações da empresa proprietária do Empire State.

A nova empresa, segundo os executivos, poderá incluir outros grandes prédios de escritórios controlados por Anthony E. Malkin e seu pai Peter L. Malkin, incluindo o Grand Central, de 55 andares, que fica diante do Terminal Grand Central e um edifício de 26 andares, na Rua 250, bem como seis prédios no Condado de Westchester e Connecticut.

Anthony Malkin se recusou a comentar a questão, mas ele, seu pai e seus parceiros esperam lucrar com o prestígio internacional do Empire State e o mercado imobiliário comercial de Nova York, que voltou a atrair compradores de todo o mundo.

"Investidores de todo o mundo querem investir em imóveis em Manhattan", afirmou Michael Knott, diretor-gerente da Green Street Advisors.

Ainda assim, a família Malkins terá de sobrepujar uma série de obstáculos, como conquistar o apoio do seu principal parceiro, Leona Helmsley, que contratou consultores para avaliar a proposta e os 3,4 mil sócios na empresa existente que atualmente é a proprietária do Empire State.

A venda pública aconteceria em meio a uma forte recuperação no número de ofertas públicas iniciais, que quase triplicaram no primeiro trimestre de 2011 em comparação com o mesmo período um ano antes. As ofertas de ações para fundos de investimento imobiliário também aumentaram, com um volume total de US$ 1 bilhão, mais que o dobro das ofertas durante o mesmo período do ano passado. Mas Knott disse que muitas das ofertas mais recentes não têm um desempenho muito bom depois de vendidas nos mercados públicos.

O Empire State Building não teve um início auspicioso quando foi inaugurado em 1931, durante a Grande Depressão. Os críticos o ridicularizaram como o "Empty State" (um trocadilho com a palavra empty (vazio) no lugar da palavra empire (império), e não foi lucrativo até 1950.

O avô de Malkin, Lawrence A. Wien, seu pai e Harry B. Helmsley criaram o que se tornou um modelo para a distribuição de bens imobiliários, quando compraram o controle do prédio em 1961 de Henry Crown e o alugaram a um grupo de investidores, incluindo eles próprios. Esses investidores, em seguida, venderam uma operação de sublocação do prédio a outra entidade controlada agora pela família Malkins e o espólio de Leona Helmsley.

Após anos de luta entre os proprietários e brigas com Donald J. Trump, os Malkins ganharam controle total do edifício há cerca de cinco anos e iniciaram o que se tornou um esforço de US$ 560 milhões para polir o marco e mais que dobrar sua renda. Eles renovaram o lobby – restaurando murais Art Deco originais –, o observatório e trocaram as 6.514 janelas em um esforço para torná-lo um dos mais enérgicos e eficientes prédios da cidade.

Os Malkins e seus corretores da Newmark Knight Frank tem atraído uma série de inquilinos empresariais, incluindo uma divisão da Li & Fung, a gigante empresa comercial que assinou um contrato de locação de 483 mil metros quadrados em janeiro deste ano.

Hoje, o prédio tem cerca de 200 inquilinos, uma queda perceptível dos cerca de 950 em 2002, apesar dos moradores de hoje ocuparem espaços muito maiores. O edifício não chega a cobrar aluguéis tão altos quanto o de prédios como o General Motors, mas os corretores dizem que ele voltou a brilhar.

"Na minha opinião, eles mudaram o prédio para uma propriedade de classe A", disse Peter Riguardi, presidente da Jones Lang LaSalle em Nova York. "Essas mudanças são necessárias. Ele agora é um dos edifícios superiores nessa área”.