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Premiê de Israel rebate Obama e diz que fronteiras de 67 são "indefensáveis"

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

19/05/2011 15h42Atualizada em 29/05/2015 20h03

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, declarou nesta quinta-feira (19) que as fronteiras de 1967 são "indefensáveis", contrariando às expectativas manifestadas pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quanto ao futuro das negociações de paz na região.

Em um discurso a respeito da situação atual no Oriente Médio, o presidente norte-americano expressou hoje seu apoio à criação de um Estado Palestino baseado nas fronteiras que existiam antes da Guerra de 1967, contrariando o desejo israelense de determinar as fronteiras nas negociações.

Segundo Obama, o novo Estado palestino deverá ser desmilitarizado, mas suas forças de segurança deverão ser capazes de impedir ações de insurgências terroristas.

As declarações categóricas de Obama sobre as fronteiras não agradaram Netanyahu. "A viabilidade do Estado palestino não pode vir às custas da existência de Israel", respondeu o premiê, antes de embarcar rumo a Washington, onde se encontra amanhã com Obama, em uma reunião que já estava agendada.

"Netanyahu espera ouvir de Obama um respaldo aos compromissos americanos a Israel feitos em 2004, que receberam o apoio do Parlamento americano. Esses compromissos indicam que Israel não seria obrigado a se retirar das fronteiras de 1967 e que os grandes centros populacionais de Judeia e Samaria (Cisjordânia) ficarão de fora dessas fronteiras", acrescentou o comunicado.

Líder palestino pede oportunidade para a paz

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, pediu nesta quinta-feira a Israel que dê ao processo de paz a "oportunidade que se merece", disse um de seus assessores, Saeb Erekat, em entrevista coletiva em Ramala, pouco depois do discurso de Barack Obama sobre o Oriente Médio.

Abbas também agradeceu a Obama pela "atenção" que mostrou para "o direito dos povos à autodeterminação", entre eles o palestino, que "espera e procura a salvação da ocupação israelense", segundo nota da agência oficial de notícias palestina "Wafa".

O líder palestino destacou ainda os "contínuos esforços" da Casa Branca para conseguir o reatamento das negociações de paz com Israel - estagnadas desde setembro passado, apenas três semanas após iniciadas -, a fim de conseguir uma "solução definitiva" a todas as questões-chave do conflito do Oriente Médio.

Abbas ressaltou seu "compromisso" com o cumprimento das obrigações resultantes dos acordos internacionais, "especialmente o Mapa de Caminho e a iniciativa de paz árabe".

O presidente da Autoridade Nacional Palestina convocou uma reunião de emergência "o mais rápido possível" com os dirigentes palestinos e discutirá com os países árabes o conteúdo do discurso de Obama em Washington.

Por sua vez, o porta-voz presidencial da ANP, Nabil Abu Rudeina, assinalou que a "resposta" de Israel ao discurso de Obama foi a aprovação, nesta quinta-feira, da construção de mais de 1,5 mil casas em colônias judaicas em território palestino ocupado, também segundo a agência "Wafa".

*Com agências internacionais