Topo

Nova estratégia do Pentágono considera ataque de hackers um 'ato de guerra' e permite retaliação

Do UOL Notícias

Em São Paulo

01/06/2011 17h16

Alvo de recentes ataques de hackers, o Pentágono decidiu endurecer o tratamento dado àqueles que tentarem invadir seus sistemas. De acordo com uma nova estratégia para proteger seu banco de dados virtual, o órgão da defesa ameriana anunciou que os ataques de hackers de outros países aos sistemas americanos serão considerados "atos de guerra" e permitirão uma resposta militar por parte dos Estadosn Unidos, segundo informa a reportagem do "The Wall Street Journal".

Segundo o Pentágono, que no próximo mês deve apresentar o relatório completo sobre a estratégia direcionada à proteção virtual, se um ciberataque provocar morte, prejuízos, destruição da mesma forma que um ataque militar tradicional provocaria, então o caso permitirira que os amercanos usassem a força para responder aos ataques.

As novas estratégias de segurança são motivadas por recentes ataques aos computadores do Pentágono e empresas de segurança no país. O caso mais recente aconteceu no último final de semana, envolvendo a Lockheed Martin, a maior provedora de serviços de tecnologia da informação do governo norte-americano. Em um comunicado, a empresa garantiu que "nenhum dado de clientes, programas ou funcionários ficou comprometido" com o ataque.

"Um ataque virtual segue as mesmas regras de qualquer outro ataque e seus efeitos são quase os mesmos", declarou o general Dunlap, na segunda-feira. No entanto, os militares americanos ainda precisam comprovar que as consequências dos ataques militar e virtual são as mesmas.

Outras questões que ainda geram dúvidas é que, para uma retaliação, o Pentágono precisará identificar com certeza a autoria e local dos ataques. Além disso, entre os principais pontos da estratégia virtual do Pentágono está a integração dos Estados Unidos com outros países que tenham a mesma política com relação aos ataques virtuais.

O "The Wall Street Journal" cita quatro casos recentes que podem justificam a necessidade de aumentar a segurança contra os ataques cibernéticos.

Em 2007, um ataque cibernético aos sites de um banco e do governo da Estônia gerou abalos e mostrou a fraqueza dos sistemas de segurança do país. Alguns ataques vieram na forma de Ataques de Negação de Serviços Distribuídos (DDoS). Os hackers utilizaram vários computadores "zumbis" e elevaram o tráfego de informações. Os ataques foram comparados pelo governo estoniano a um ataque terrorista.

Já em 2008, o jornal cita dois ataques que foram considerados graves. O primeiro, em agosto, teve como alvo o site de agências governamentais e instituições financeiras do governo da Geórgia, no momento em que o país iniciava um conflito com a Rússia.

Em novembro do mesmo ano, um vírus enviado por um computador da Rússia, segundo informações do governo americano, invadiu uma rede de segurança das Forças Armadas dos Estados Unidos.

Já em junho de 2009, o vírus Stuxnet, programa que permite o acesso remoto ao computador infectado, se espalhou na rede, sabotando o programa nuclear do Irã. Especialistas suspeitam que o ataque teve autoria de Israel e ajuda da inteligência americana.