Piñera enfrenta recorde de desaprovação, um ano após resgate dos mineiros no Chile
Enfrentando protestos de estudantes há cinco meses, o presidente chileno Sebastián Piñera não parece nem de longe o líder sorridente que aparecia no noticiário mundial para falar do resgate bem-sucedido dos 33 mineiros chilenos. Na época do resgate, 69 dias depois do acidente, a popularidade de Piñera atingiu 63%.
Nos últimos meses, no entanto, Piñera viu sua popularidade afundar em meio a medidas impopulares. Em agosto, chegou a 26% de aprovação, segundo o Centro de Estudos Públicos , a menor popularidade de um presidente do Chile desde a redemocratização do país.
Na tentativa de alavancar a aceitação de seu governo, Piñera promoveu em agosto um encontro com os mineiros, para lembrar o primeiro ano do acidente com uma missa ecumênica e uma atividade no Museu Regional de Copiapó. Mas a ação não surtiu efeito.
A última pesquisa de popularidade, divulgada em 27 de setembro pelo jornal “La Tercera”, aponta para uma reprovação de 66%, número bem acima da média para os chilenos.
O ambiente entre o governo e os estudantes ficou ainda pior após o anúncio de sua proposta de segurança pública que prevê, entre outras coisas, pena de prisão para ocupações violentas de escolas e universidades e tumultos nas ruas, especialmente protagonizados por jovens encapuzados.
Uma das principais reivindicações dos estudantes e professores é discutir o lucro que escolas obtêm com dinheiro público, o currículo escolar e também o esquema de municipalização do ensino, que data da ditadura de Augusto Pinochet. Os universitários também exigem reformas constitucionais e a reestatização do cobre, o principal produto de exportação do Chile, para destinar os recursos para a educação.
Com relação aos mineiros, apesar da demora, o governo chileno anunciou em agosto a entrega de aposentadoria vitalícia equivalente a US$ 540 mensais (cerca de R$ 950) a 14 dos 33 mineiros resgatados. Foram escolhidos para receber o benefício aqueles que ficaram com mais sequelas após o acidente.
Os mineiros também brigam por uma indenização do governo. A ação contra o Estado é movida por 31 dos 33 trabalhadores e a demanda é por uma quantia equivalente a R$ 29 milhões. A alegação é uma suposta negligência e não supervisão apropriada da jazida. O processo ainda está em andamento.
Além disso, a Empresa Nacional de Mineração do Chile começa a pagar, em agosto, 40% dos direitos trabalhistas devidos pela empresa San Esteban, dona da mina San José, onde os trabalhadores ficaram presos. O valor passou a ser pago aos 33 de Atacama e a outros 261 funcionários que ficaram sem trabalho depois do acidente.
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