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Jornal britânico nega ter grampeado telefone do ator Hugh Grant

Ator Hugh Grant denuncia jornal britânico "The Mail on Sunday" por escuta telefônica - AP
Ator Hugh Grant denuncia jornal britânico "The Mail on Sunday" por escuta telefônica Imagem: AP

Do UOL Notícias, em São Paulo

21/11/2011 20h52

O jornal britânico "The Mail on Sunday" desmentiu nesta segunda-feira (21) ter interceptado o telefone do ator Hugh Grant (Um Lugar Chamado Notting Hill, Quatro Casamentos e um Funeral), segundo informações do jornal "The Independent".  

O ator, alvo comum dos tabloides britânicos, apresentou queixas ao tribunal que investiga o "escândalo de grampos" de forte repercussão política no Reino Unido sobre uma história publicada há quatro anos. As denúncias de Grant mostram que as práticas de escuta telefônica vão além do tabloide de Rupert Murdoch, "News Of The Word", fechado em julho depois das evidências da prática ilegal.

A matéria do "The Mail on Sunday", segundo o ator, afirmava que seu relacionamento com a então namorada Jemima Khan estava por um fio por causa de um "telefonema tarde da noite de uma executiva do estúdio".

Se, por um lado, Grant garante jamais te dito nada parecido para ninguém sobre seu relacionamento, do outro, o porta-voz do "The Mail on Sunday" diz que a informação foi passada por um jornalista freelance que falou com uma "fonte" próxima a Jemima.

Para o ator, a única explicação do caso está relacionada a mensagens deixadas em seu telefone pela assistente de um executivo que tinha uma voz que poderia ser descrita como "sexy".

"The Mail on Sunday refuta a alegação de Grant de que as informações tenham sido conseguidas a partir de grampos telefônicos", disse um porta-voz do jornal.

Em entrevista ao jornal "The Independent", o ator afirma que os chamados 'amigos' ou 'fontes próximas' quase nunca existem.

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Gravação escondida

Em julho, Grant contou à "BBC" que decidiu gravar, escondido, uma conversa tida com um ex-editor do tabloide "News of the World", envolvido no "escândalo de grampos".

O jornal é acusado de ter pagado detetives para interceptar os telefones de centenas de celebridades como também de familiares de vítimas dos atentados terroristas de 7 de julho de 2005, em Londres, e de vítimas de crimes famosos, como a menina Milly Dowler, que desapareceu em 2002, aos 13 anos, e depois foi encontrada morta.

O ator contou que, no final do ano passado, se deparou com um paparazzo ao sair de seu carro, que havia acabado de quebrar em uma rodovia.  Sem conseguir alternativas para sair da rodovia, acabou aceitando uma carona do paparazzo, Paul McMullan, um ex-editor do "News of the World" e um dos jornalistas que vieram a público revelar que era comum a prática de escutar conversas telefônicas de políticos, celebridades e pessoas de interesse midiático no Reino Unido.

Dias depois, Grant foi ao pub de McMullan e, com um gravador escondido, registrou uma conversa com o jornalista. Este diz acreditar que até o premiê britânico, David Cameron, poderia ter conhecimento dos grampos, mas que teria sido omisso, como os demais premiês do país, por conta do poder de Robert Murdoch, dono do conglomerado midiático News Corporation, do qual o "News of the World" faz parte.

Após a denúncia, Cameron pediu a abertura de uma investigação independente sobre o escândalo envolvendo o News Corp e chamou os grampos telefônicos de prática "asquerosa".