Custo anual do Memorial 11 de Setembro, nos EUA, pode chegar a US$ 60 milhões
![Buquê de rosas é deixado no Memorial do World Trade Center, em Nova York - John Moore / Getty Images / AFP](https://n.i.uol.com.br/noticia/2012/03/15/samantha-cameron-esposa-do-primeiro-ministro-britanico-david-cameron-colocou-um-buque-de-rosas-no-memorial-do-world-trade-center-em-homenagem-as-vitimas-dos-atentados-terroristas-de-11-de-setembro-nesta-1331841264565_615x300.jpg)
Com seus enormes espelhos d'água, cercado por cachoeiras e arranha-céus e com um museu subterrâneo ainda em construção, o Memorial Nacional 11 de Setembro, do World Trade Center, em Nova York (EUA), é um espetáculo impressionante que teve cerca de 4,5 milhões de visitantes em seu primeiro ano.
Mas toda essa magnificência vem acompanhada de um preço de cair o queixo. A fundação que administra o memorial estima que, uma vez que o projeto de aproximadamente US$ 700 milhões esteja completo, o memorial e museu custem, juntos, US$ 60 milhões por ano.
O custo previsto tem incomodado alguns críticos e levantou preocupações até mesmo entre os aliados do local de que o orçamento possa ser insustentável sem um subsídio governamental robusto.
Em comparação ao memorial, o Serviço Nacional de Parques orçou em US$ 8,4 milhões a manutenção do Gettysburg National Military Park neste ano e destinou US$ 3,6 milhões para cuidar do USS Arizona Memorial, em Pearl Harbor. Já o Cemitério Nacional de Arlington, que tem mais de 14 mil sepulturas e recebe quatro milhões de visitantes por ano, tem um custo anual de US$ 45 milhões.
Funcionários do Memorial 11 de Setembro dizem que enfrentam desafios únicos que tornam difíceis as comparações com outros memoriais nacionais.
A fundação planeja gastar pelo menos um quinto de seu orçamento --ou cerca de US$ 12 milhões por ano-- em segurança privada por causa de temores de novos atentados terroristas. Os visitantes da praça memorial passam por uma segurança similar à dos aeroportos, enquanto guardas armados patrulham o local. “O fato é que este lugar foi atacado duas vezes", disse Joseph Daniels, presidente da fundação e executivo-chefe.
Apenas a manutenção das duas fontes que marcam os pontos onde as torres gêmeas ficavam vai custar mais US$ 4,5 milhões ou US$ 5 milhões, disse o porta-voz da fundação, Michael Frazier.
A fundação não respondeu aos pedidos de informação sobre outros custos do local, incluindo o custo previsto de execução do museu, que ainda não está finalizado --o que pode não acontecer tão cedo.
A inauguração do museu era esperada para este mês, mas a construção parou há um ano por causa de uma briga de financiamento entre a fundação e a Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey, proprietária do terreno onde o memorial está localizado.
Daniels disse que vai levar pelo menos um ano para que o museu recrute funcionários para a construção, ou seja, o local não será totalmente concluído até pelo menos 2014.
A falha para abrir o museu em tempo complicou o planejamento financeiro da fundação. Funcionários do memorial esperavam usar o museu, que está sendo construído principalmente com dinheiro de várias agências do governo e doações privadas, sua principal fonte de receita.
Enquanto o acesso dos visitantes será permitido nas áreas acima do solo do memorial gratuitamente, a fundação pretende cobrar a entrada no museu, onde o público poderá ver os retratos das cerca de 3.000 vítimas dos atentados, ouvir histórias da tragédia e ver partes da escadaria de uma das torres usada pelos trabalhadores para tentar sair do prédio no dia 11 de Setembro de 2001.
O preço de entrada ainda não foi definido. A fundação também estuda cobrar uma "doação sugerida" onde os visitantes poderiam entrar de graça, mas seriam encorajados a pagar uma quantia na entrada.
Caso o museu receba os dois milhões de visitantes por ano, como a fundação espera, cobrando uma taxa de US$ 12 por pessoa, a mesma do memorial às vítimas do bombardeio da cidade de Oklahoma, em 1995, a a arrecadação irá cobrir 40% dos custos operacionais do local. A fundação espera contar com mais verba através de captação de recursos e da venda de memorabilia --pequenos objetos de recordação.
Além disso, a fundação e vários funcionários eleitos têm proposto que o público americano pegue um terço dos custos operacionais. Até agora, o Congresso recusou. Um projeto de lei proposto pelo senador Daniel Inouye, sugerindo que o Serviço Nacional de Parques contribuísse com US$ 20 milhões por ano, gerou críticas por parte do senador Tom Coburn, que disse que o governo federal já gastou US$ 300 milhões no projeto.
William Shaddox, oficial do Serviço Nacional de Parques, testemunhou em uma audiência que US$ 20 milhões é mais do que a instituição poderia pagar, e maior do que a apropriação anual total de quase 99% dos parques em seu sistema.
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