Deposto há quatro meses, Lugo se esquiva de dizer se concorrerá ao Senado do Paraguai
Sem confirmar se pretende disputar as próximas eleições presidenciais no Paraguai em abril de 2013, o ex-presidente Fernando Lugo disse apenas que quer "ser um soldado da democracia e da participação popular". Lugo foi destituído do poder há cerca de quatro meses, alvo de um processo de impeachment aprovado na Câmara e no Senado em menos de 24 horas, denunciado por irresponsabilidade política pelos adversários.
"Já tive orgulho de ser presidente e hoje quero ser um soldado da democracia e da participação popular", disse ele. Para os líderes políticos sul-americanos, houve o rompimento da ordem democrática durante o processo de impeachment. As autoridades paraguaias negam irregularidades.
No Paraguai, há especulações que Lugo pode ser candidato ao Senado pela Frente Guazú, criada por ele. Porém, o ex-presidente não confirma se disputará as próximas eleições nem a que cargo poderá concorrer.
"A Frente Guazú é uma ferramenta em construção, com apenas dois anos de vida. Há altos e baixos, existem erros e acertos. Temos que construir uma marcha firme rumo às eleições de 21 de abril de 2013”, disse Lugo.
Em decorrência da destituição de Lugo do poder, em 22 de junho, o Mercosul e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) suspenderam temporariamente o país dos dois grupos. A suspensão é válida até abril, quando ocorrem as eleições majoritárias.
O ex-presidente negou a informação, divulgada por alguns especialistas no Paraguai, que há restrições do Mercosul ao país. Lugo informou que não há uma reação negativa da chamada Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) contra o Paraguai em alusão ao século 19, quando os três países enfrentaram os paraguaios.
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