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Ainda suspenso do Mercosul, Paraguai critica decisões tomadas na cúpula em Brasília

A presidente Dilma comanda a reunião da cúpula do Mercosul, na semana passada, em Brasília - Alan Marques/Folhapress
A presidente Dilma comanda a reunião da cúpula do Mercosul, na semana passada, em Brasília Imagem: Alan Marques/Folhapress

Renata Giraldi

Da Agência Brasil, em Brasília

09/12/2012 11h19

O presidente paraguaio, Federico Franco, reagiu à decisão do Mercosul em manter o Paraguai suspenso do bloco até 21 de abril de 2013, quando há eleições gerais no país. O Paraguai está suspenso do grupo porque os líderes entendem que houve o rompimento da ordem democrática no país com o ato de destituição do então presidente Fernando Lugo. Mas as autoridades paraguaias negam. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Paraguai condenou as decisões tomadas, no período de suspensão do país,chamando-as de violações.

“A situação do Paraguai não teve nem terá uma nova consideração [do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas, a Unasul]”, disse o presidente. “Nossa posição é clara: o que ocorreu em junho [a destituição de Lugo] foi constitucional.”

Segundo o presidente paraguaio, as autoridades do país “seguirão” se esforçando para a reintegração o mais breve o possível do Paraguai ao Mercosul. "Vamos fazer um esforço para ser respeitado o acordo [do Mercosul] em que o Paraguai é um dos membros fundadores do bloco”, ressaltou.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Paraguai informou que as decisões definidas, na ausência dos paraguaios do bloco, podem ser questionadas. Acrescenta ainda que a suspensão do país pode atingir o projeto de integração do Mercosul. Se não estivesse suspenso, o Paraguai assumiria a presidência temporária do bloco, não o Uruguai como ocorreu.

Na Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, na sexta-feira (7), os presidentes Dilma Rousseff (Brasil), José Pepe Mujica (Uruguai), Evo Morales (Bolívia), Cristina Kirchner (Argentina), Rafael Correa (Equador), Donald Ramotar (Guiana) e Desi Bouterse (Suriname), além da vice-presidenta do Peru, Marisol Cruz, e dos vice-chanceleres Alfonso Silva (Chile) e Monica Lanzetta (Colômbia), assim como o ministro de Minas e Energia da Venezuela, Rafael Ramírez, assinaram um documento, no qual um dos itens se referia ao Paraguai.

Para Franco, a ratificação dos presidentes, na Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, da inclusão da Bolívia e do ingresso da Venezuela ao grupo é “ilegal” e “ilegítima”. Ontem, em Brasília, Morales assinou o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul, iniciando o processo de integração, enquanto a Venezuela foi ratificada no bloco. (Com informações da agência pública de notícias do Paraguai, Ipparaguay)