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Chávez está sendo operado agora em Cuba, diz presidente do Equador

Em imagem do dia 10 de dezembro, o presidente de Cuba, Raul Castro (dir.), recebe o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, no aeroporto de Havana, em Cuba; Chávez dará continuidade ao tratamento do câncer - Granma/AP
Em imagem do dia 10 de dezembro, o presidente de Cuba, Raul Castro (dir.), recebe o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, no aeroporto de Havana, em Cuba; Chávez dará continuidade ao tratamento do câncer Imagem: Granma/AP

Do UOL, em São Paulo

11/12/2012 14h13Atualizada em 11/12/2012 15h25

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, está sendo operado em Cuba nesta terça-feira devido à reincidência do câncer, disse o seu amigo e aliado político Rafael Correa, presidente equatoriano.

"Meu caro amigo e colega, comandante Hugo Chávez, está passando pelo momento mais difícil de sua vida", afirmou Correa, no Equador. "Ele está sendo operado neste exato momento. É uma cirurgia muito delicada".

Chávez anunciou no último sábado (8) que viajaria novamente a Cuba para ser submetido a mais uma cirurgia para a retirada de um tumor na região pélvica.

Embora tenha falado pela primeira vez sobre a gravidade da doença, Chávez não revelou muitos detalhes câncer. Por isso, a oposição venezuelana exigiu ao governo ser informada "oportunamente" dos resultados da cirurgia.

"Esperaremos os resultados de sua intervenção e, desde já, exigimos que estes sejam comunicados oportunamente", disse Leopoldo López, coordenador nacional do Partido Vontade Popular.

López recordou que, durante e depois da campanha eleitoral, tanto Chávez quanto porta-vozes do governo asseguraram que "estava tudo bem".

"Lamentavelmente, o anúncio de sábado enfrenta o governo e o presidente com uma mentira que eles mesmos estavam construindo de que tudo estava bem", afirmou López, que desejou a recuperação do presidente venezuelano, mas insistiu que, diante de um cenário incerto, "a informação deve ser oportuna".

Chávez nomeou o vice-presidente e ministro das Relações Exteriores, Nicolás Maduro, 50, como sucessor para liderar a sua revolução socialista caso ele esteja incapacitado.

A nomeação de Maduro, no entanto, irritou alguns na oposição da Venezuela, que dizem que os eleitores --e não Chávez-- irão decidir quem o sucederá se uma eleição for realizada no prazo de 30 dias de sua saída do cargo, como manda a Constituição.

"A Venezuela não é uma monarquia com um príncipe como herdeiro", disse o líder de oposição Antonio Ledezma.

Oposição pode ganhar espaço

Se for realizada uma nova eleição, o candidato da oposição Henrique Capriles, que perdeu para Chávez na eleição presidencial em outubro, mas obteve o recorde de 6,5 milhões de votos para a oposição, poderia ter uma segunda chance de chegar ao poder. A Constituição da Venezuela estipula que uma nova eleição deve ser convocada em 30 dias caso Chávez fique incapacitado.

Aliados do presidente chamaram de "vampiros" e "necrófilos" os opositores que especulam sobre o possível falecimento do líder e, com isso, a ascensão da oposição ao poder.

"Estamos trabalhando com todos os cenários possíveis, mas uma coisa está clara: é o povo venezuelano (não Chávez) que vai decidir o seu futuro", afirmou à Reuters a líder da oposição Maria Corina Machado, após uma reunião estratégica com colegas na segunda-feira.

Pesquisas de opinião do passado indicam que Capriles é mais popular do que todos os principais aliados de Chávez. Mas Maduro, um ex-motorista de ônibus que também é o chanceler de Chávez, é o mais popular entre eles e teria a vantagem de ter sido indicado pelo presidente. (Com Reuters e Ansa)