Suazilândia proíbe roupas curtas de mulheres para "evitar" estupros
A polícia da Suazilândia, último país de monarquia absolutista na África, decidiu proibir o uso de minissaias e roupas que possam expor o corpo das mulheres, como tops e calças de cintura baixa. O objetivo alegado é evitar que os trajes possam “facilitar o estupro”, como afirmou a porta-voz da polícia local, Wendy Hleta, em entrevista à imprensa local, nesta segunda-feira (24).
As mulheres flagradas descumprindo a proibição podem pegar até seis meses de cadeia. A proibição é baseada numa lei de 1889, até então em desuso, do período colonial do país africano.
“O ato do estuprador é facilitado, porque é mais fácil retirar estas ‘meias-roupas’ usadas pelas mulheres”, afirmou a porta-voz.
A polícia suázi aconselha ainda as mulheres a não pegar objetos no chão de um modo que as torne “culpadas” pelos próprios estupros, ao supostamente excitar os homens.
“Para as mulheres é educado, quando se deixa cair um objeto, abaixar com o tronco ereto, ao invés de dobrar o corpo sobre a cintura para pega-lo”, disse Hleta. A porta-voz, no entanto, não deixou claro se mulheres nesta situação seriam presas.
A proibição foi determinada após uma passeata de mulheres, realizada em novembro, com algumas delas usando minissaias, pedir igualdade de direitos e mais segurança contra uma onda de estupros na Suazilândia. Dois terços das mulheres jovens do país já foram vítimas de algum tipo de agressão sexual, segundo o site jornalístico sul-africano “The Independent On -line”.
“Nós não encorajamos que as mulheres sejam agredidas, mas ao mesmo tempo as pessoas deveriam observar uma conduta aceitável de comportamento”, disse a porta-voz da polícia.
A proibição, no entanto, não alcança os trajes tradicionais indlamu, uma espécie de cinto fino, que deixa as pernas inteiramente expostas, usado por mulheres jovens ao dançarem de topless para o rei Mswati 3º.
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