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Justiça do Haiti determina que Baby Doc se apresente a tribunal, após não comparecer a julgamento

O ex-presidente do Haiti, Jean-Claude Duvalier, o "Baby Doc" - Hector Retama/AFP
O ex-presidente do Haiti, Jean-Claude Duvalier, o "Baby Doc" Imagem: Hector Retama/AFP

Da Agência Brasil

22/02/2013 10h39

A Justiça do Haiti determinou que o ex-presidente Jean-Claude Duvalier, conhecido como Baby Doc (1971-1986), de 61 anos, compareça pessoalmente ao tribunal, no próximo dia 28, para responder sobre as acusações de crimes contra a humanidade. Baby Doc voltou ao Haiti em 2011, depois de ficar 25 anos no exílio na França.

"O comparecimento de Jean-Claude Duvalier é imperativo", disse o juiz Jean-Joseph Lebrun na presença dos advogados de defesa do ex-presidente e da promotoria, além de representantes de  vítimas e observadores da comunidade internacional.

Baby Doc era esperado ontem (21) no tribunal e não compareceu. Um dos advogados do ex-presidente disse que seu cliente comparecerá no próximo dia 28. "Vamos trazê-lo, pois respeitamos a decisão do tribunal", disse o advogado Fritzo Canton.

Considerado um dos governantes mais autoritários do Caribe, Baby Doc já havia faltado a outra audiência no dia 7. Na ocasião, o advogado dele criticou a Justiça por marcar a audiência para 7 de fevereiro - o mesmo dia em que, 27 anos antes, Baby Doc deixou o país para o exílio.

Baby Doc é considerado por analistas políticos um ex-ditador, pois sucedeu o pai François Duvalier, cujo apelido era Papa Doc, mantendo o mesmo estilo na Presidência da República. Em 1957, Papa Doc assumiu o governo e implantou uma gestão marcada pela violência.

O ex-presidente deixou o Haiti rumo à França. Após sua saída, houve um esforço das autoridades de busca pela estabilização do país, mas uma série de ameaças impediu o processo. O Haiti é o país mais pobre da região.