Primeira no IDH, Noruega perde para Holanda em igualdade de gênero
Ana Paula Rocha
Do UOL, em São Paulo
14/03/2013 13h00
A Noruega, que em 2012 teve o maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), de acordo com relatório divulgado nesta quinta-feira (14) pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud), não tem a mesma superioridade quando o assunto é igualdade entre gêneros. O país nórdico aparece como quinto colocado neste ranking, com índice de 0,065. Quanto maior é este índice, maior é a desigualdade no país. A primeira colocada, e que tem, portanto, o menor índice de desigualdade entre gêneros, é a Holanda, que no índice geral do IDH aparece em quarto lugar. O país onde a desigualdade entre homens e mulheres é maior é o Iêmen, com índice de 0,747. Foram analisados sob este ponto de vista 148 países.
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O índice de desigualdade de gênero leva em conta cinco aspectos. Os primeiros mensuram a mortalidade materna a cada 100 mil nascimentos e quantas mulheres em cada mil tiveram filhos entre 15 e 19 anos de idade. O terceiro item mostra a porcentagem de mulheres que ocupam cargos no Parlamento do país. O quarto compara a porcentagem de homens e mulheres com mais de 25 anos com ensino médio completo. O último item compara as porcentagens de homens e mulheres acima dos 15 anos inseridos no mercado de trabalho.
Os aspectos que deixam a Noruega em desvantagem em relação à Holanda são a mortalidade materna e o número de adolescentes que se tornam mães. Enquanto no primeiro há sete mães mortas a cada 100 mil nascimentos, na Holanda esse número é de seis. Na Noruega há 7,4 meninas que têm filhos entre 15 e 19 anos. Já na Holanda este número é de 4,3.
Nos demais quesitos a Noruega ainda aparece com vantagem. Tem porcentagem maior de mulheres no Parlamento, mais mulheres com ensino médio completo (superando inclusive a quantidade de homens com este nível escolar no país) e uma maior proporção delas inseridas no mercado de trabalho.
Importante ressaltar que, mesmo na Holanda, os índices que comparam em porcentagem a participação de cada um dos gêneros, o masculino é maior que o feminino em todos eles.
Já o Brasil ocupa no índice de desigualdade de gênero a mesma posição do ranking geral do IDH: 85ª. Os dados que mais colocam o país em desvantagem são os que mostram que, aqui, 56 mães morrem a cada 100 mil nascimentos, há 76 meninas a cada mil que têm filhos entre 15 e 19 anos. Além disso, apenas 9,6% das vagas do Congresso Nacional são ocupadas por mulheres. O índice brasileiro de desigualdade de gêneros é de 0,447.