Paquistanesa símbolo da luta contra o casamento forçado integra campanha na Escócia
A escritora de origem paquistanesa Sameem Ali, símbolo da luta contra casamentos forçados, participa de uma campanha do governo da Escócia contra a prática, que faz cerca de 1.500 vítimas por ano no Reino Unido.
Segundo o diário britânico "Daily Mail", ela participará de aulas de instrução a professores, assistentes sociais e funcionários públicos para capacitá-los a identificar casos de casamento forçado. As aulas fazem parte de uma campanha em toda a Escócia. Além desta iniciativa, o Congresso britânico discute a adoção de leis para criminalizar a prática.
Sameem Ali tinha apenas 13 anos quando foi levada pela própria família da Escócia para o Paquistão. Ela estava animada com a viagem, mas, ao chegar na aldeia de sua família, descobriu que seria forçada, com a conivência de seus familiares, a se casar com um homem com o dobro de sua idade, que ela nunca havia visto antes.
O objetivo do matrimônio era gerar um filho para que o marido obtivesse cidadania britânica.
Desde o início, o casamento foi marcado por agressões físicas e sexuais por parte do marido. Seus pais voltaram para o Reino Unido e a abandonaram. Dois meses depois do matrimônio, ela engravidou.
Oito meses depois, ela voltou ao Reino Unido, acompanhada pelo marido, e teve o filho. Com a ajuda de um amigo, conseguiu fugir da família e do marido. Segundo a reportagem do "Daily Mail", Sameem revelou que quase foi morta pelo irmão depois de fugir do marido.
A escritora afirmou que a família do marido pagou 50 euros a três homens para que a matassem. O plano foi frustrado pela polícia, que prendeu os três na casa de Sameem. Eles estavam com tacos de beisebol, preparados para ataca-la.
Alguns anos depois de escapar da família e do marido, Sameem casou-se com o amigo que lhe ajudou a fugir e tornou-se ativista na luta contra o casamento forçado. Relatou sua história em um livro que, posteriormente, virou roteiro para um documentário.
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