Câmara quer ouvir novo chanceler sobre retirada de senador da Bolívia
O novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, será convidado para participar de uma audiência pública, nos próximos dias, na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
O presidente da comissão, Nelson Pellegrino (PT-BA), disse à Agência Brasil que apresentará um requerimento com o convite ao novo chanceler e pedido de esclarecimentos sobre a retirada do senador boliviano Roger Pinto Molina de La Paz.
Novo chanceler brasileiro
Nascido em julho de 1955, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado é diplomata de carreira. Antes de se tornar representante permanente das Nações Unidas, ele trabalhava, desde 2011, como subsecretário de Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia no Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
No ministério, ele já tinha atuado como diretor-geral do Departamento de Ambiente e Assuntos Especiais e chefiou as divisões de Política Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, e Assuntos ligados a Mar, Antártida e Espaço Exterior.
Figueiredo Machado trabalhou em Nova York (ONU, 1986-1989), Santiago (1989-1992), Washington (1996-1999), Ottawa (1999-2002) e Paris (Unesco, 2003-2005). Ele chefiou a equipe brasileira de negociações por muitos anos nas reuniões internacionais e conferências sobre assuntos relacionados ao meio-ambiente, especialmente aquelas sobre mudanças do clima e biodiversidade.
Ele é formado em direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Em 26 de agosto de 2013, tornou-se o ministro das Relações Exteriores com a saída de Antonio Patriota.
“É necessário ouvir o novo ministro para saber quais serão os rumos da política externa brasileira. Também queremos saber sobre as investigações para apurar a retirada do parlamentar boliviano da Embaixada do Brasil em La Paz”, disse Pellegrino.
A retirada do Pinto Molina, que ficou 15 meses na embaixada brasileira, deflagrou uma crise no governo provocando a saída de Antonio Patriota do Ministério das Relações Exteriores e sua substituição pelo embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado.
Paralelamente, o ministério investiga a atuação do encarregado de negócios na Bolívia --equivalente a embaixador temporário-- Eduardo Saboia.
Saboia assumiu ter conduzido, por decisão própria, todo o processo para retirar Pinto Molina da embaixada brasileira.
Segundo ele, a decisão foi tomada porque o parlamentar boliviano estava deprimido e ameaçava se suicidar.
Porém, a crítica interna no governo é que o diplomata tomou a decisão de forma pessoal, sem consultar os superiores, causando quebra da hierarquia.
“Eu vi o senador Pinto Molina quando fui visitar os torcedores corintianos [que ficaram presos em Oruro, no interior da Bolívia] e ele me parecia bem e em condições razoáveis”, ressaltou Pellegrino. “É preciso saber como estão as investigações [no Itamaraty] para verificar o que ocorrerá daqui para frente.”
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