Fuzileiros faziam segurança de diplomata e não sabiam sobre boliviano, diz Defesa
O Ministério da Defesa emitiu nota oficial nesta terça-feira (27) em que afirma que não teve conhecimento prévio sobre a operação que trouxe o senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil com a ajuda de fuzileiros navais. Ainda de acordo com a pasta, "a participação dos fuzileiros teve o objetivo exclusivo de garantir a segurança do diplomata brasileiro".
Molina permaneceu por mais de 450 dias na Embaixada desde que o governo brasileiro lhe concedeu asilo. Segundo o diplomata brasileiro Eduardo Saboia, encarregado de negócios da Embaixada do Brasil em La Paz, ele ficava confinado em uma pequena sala e não podia deixar a embaixada. Devido às más condições da embaixada, Saboia tomou a decisão de trazê-lo ao Brasil.
Leia abaixo a íntegra da nota:
Entenda o caso envolvendo o senador boliviano Roger Pinto
28.mai.2012 - Durante encontro com embaixador, o senador boliviano Roger Pinto, da oposição ao presidente Evo Morales, pede asilo político ao Brasil
8.jun.2012 - O governo brasileiro concede asilo e é criticado por Evo Morales dias depois
19.jul.2012 - Governo boliviano sobe o tom e acusa o embaixador brasileiro de fazer "pressão"
2.mar.2013 - Um acordo bilateral decide criar uma comissão para analisar o caso de Roger Pinto
17.mai.2013 - O advogado do senador pede que o Supremo Tribunal Federal pressione o Itamaraty
23.ago.2013 - Por volta das 15h, saem da embaixada brasileira em La Paz Roger Pinto, o diplomata brasileiro Eduardo Sabóia e dois fuzileiros navais, em dois carros diplomáticos oficiais. Eles percorrem mais de 1.500 km por terra em uma viagem de mais de 22 horas
24.ago.2013 - Na tarde deste sábado, os carros chegam a Corumbá, no Mato Grosso do Sul e, à noite, pegam um jatinho de um empresário amigo do senador brasileiro Ricardo Ferraço (PMDB-ES) rumo a Brasília
25.ago.2013 - Roger Pinto, Ferraço e Sabóia chegam a Brasília
A propósito de informações veiculadas na imprensa sobre a participação de fuzileiros navais na viagem que levou o senador boliviano Roger Pinto Molina de La Paz à cidade brasileira de Corumbá (MS), o Ministério da Defesa esclarece o seguinte:
1 – Os dois militares que acompanharam, de carro, o trajeto até a fronteira do Brasil com a Bolívia integram o destacamento de fuzileiros navais, cuja atribuição é prover a segurança da embaixada, do chefe do posto e dos demais integrantes do corpo diplomático brasileiro na Bolívia;
2 – Os militares participaram da viagem ao serem convocados pelo encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz. De acordo com informações já prestadas pela Marinha do Brasil, a participação dos fuzileiros teve o objetivo exclusivo de garantir a segurança do diplomata brasileiro;
3 – No dia da viagem, os três adidos militares brasileiros na Bolívia encontravam-se fora de La Paz, na cidade de Cochabamba, participando de evento oficial do Exército daquele país;
4 – Os adidos afirmaram que, em momento algum, foram informados da ação de deslocamento do senador boliviano para o Brasil. Dessa forma, nenhuma autoridade brasileira, no âmbito do Ministério da Defesa, foi consultada ou tomou conhecimento da viagem antes de o senhor Roger Pinto ter ingressado em território brasileiro.
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