Topo

Câmara aprova convites para ministros e PF explicarem caso de senador boliviano

Do UOL, em Brasília

28/08/2013 12h51

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (28) convites aos ministros da Defesa, Celso Amorim, e das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, para prestarem esclarecimento sobre a operação que trouxe ao Brasil o senador boliviano Roger Pinto Molina.

De autoria do líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), o requerimento, inicialmente, visava a convocar os ministros, que seriam obrigados a comparecer à comissão.

Contudo, depois de um acordo entre os membros do colegiado, a proposta foi transformada em convite. Pelo acordo, a audiência pública com o ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado vai tratar de vários temas e não apenas sobre o episódio do parlamentar boliviano.

Também foi aprovado o convite ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Coimbra, para explicar como se deu o ingresso do senador boliviano pela fronteira dos dois países.

Molina, que liderou a oposição ao governo de Evo Morales, ficou quase 15 meses abrigado na Embaixada do Brasil em La Paz desde que pediu asilo político ao Brasil, alegando perseguição política. Domingo (25), após ser transportado em carro da Embaixada do Brasil na Bolívia, ele cruzou a fronteira e chegou à cidade brasileira de Corumbá (MS).

O episódio provocou uma crise que levou à demissão do ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota, substituído por Luiz Alberto Figueiredo Machado. O governo boliviano, por meio de ministros e diplomatas, também tem cobrado explicações do Brasil. A presidenta Dilma Rousseff condenou a operação.

Brasileiro retido em Londres

A comissão também aprovou convite para que o embaixador britânico no Brasil, Alexander Elis, preste informações sobre a retenção de David Michael Miranda por quase nove horas no Aeroporto de Heathrow, em Londres.

Miranda é companheiro do jornalista Glenn Greenwald, que divulgou pelo diário inglês The Guardian informações sobre o esquema de ciberespionagem do governo norte-americano. O incidente ocorreu no dia 18 passado, quando o avião que levava o brasileiro de Berlim ao Rio de Janeiro fez uma parada na capital britânica.

Durante o interrogatório dos policiais londrinos, Miranda teve os equipamentos confiscados. O episódio mereceu reação do governo brasileiro, que convocou o embaixador britânico para uma conversa no Itamaraty. O então ministro Antonio Patriota também conversou, por cerca de dez minutos, por telefone, com o chanceler britânico, William Hague, cobrando explicações sobre a detenção.

O embaixador britânico já se pronunciou publicamente sobre o episódio, dizendo em entrevista que as relações com o Brasil não foram prejudicadas e que o tema era “policial e jurídico” e, não, diplomático. Em nota divulgada no dia seguinte ao incidente, a Embaixada do Reino Unido disse também que a retenção do brasileiro foi uma “questão operacional”. (Com Agência Brasil)